Maristela Santos, mulher negra, professora concursada do município há 24 anos, já trabalhou com estudantes de todas as idades, do berçário à educação de adultos. A professora, que atualmente dá aulas na rede municipal de educação de Campo Bom, afirma ter sofrido racismo na escola. Segundo ela, ao se virar os alunos imitavam sons de macacos.
As agressões partiram inicialmente de uma turma de 8ª série da Escola Municipal Santos Dumont, no bairro Imigrante Norte. A professora procurou a direção da escola, que conversou com os alunos. Mas outra turma também passou a adotar as mesmas atitudes racistas. Quando a direção conversou com os alunos sobre o ocorrido, eles alegaram que era apenas uma brincadeira do Tik Tok.
A professora fez queixa na Polícia Civil no dia 13 de maio e já prestou depoimento. A ocorrência foi registrada como "injúria discriminatória". De acordo com ela, auxiliares de ensino também presenciaram os casos.
O episódio trouxe impacto psicológico para Maristela, que tem problema de pressão e já sofreu um infarto no ano passado. Ela afirma que tem dificuldade de dormir à noite e inclusive já buscou atendimento psicológico. Pediu para ser transferida, mas as opções eram distantes de sua casa. Ontem, após quatro dias afastada, retornou.
Nota da prefeitura
Diante dos fatos ocorridos, em que uma professora da Rede Municipal relatou ter sofrido injúria racial dentro da sala de aula, a Prefeitura de Campo Bom informa que repudia qualquer ato de discriminação ou racismo e que está prestando todo o apoio à professora. O ato foi denunciado por meio de Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia local e agora cabe à esfera policial julgar o ocorrido. Campo Bom é uma cidade para todos e é inadmissível que casos assim aconteçam em pleno século 21. A administração municipal ressalta que acompanhará o caso e prestará todo o apoio necessário à vítima.
