A delegada responsável pela investigação de racismo durante show do cantor Seu Jorge em Porto Alegre afirma que há indícios do cometimento crime. No entanto, a Polícia Civil ainda busca identificar os responsáveis pelas ofensas entre as mais de 700 pessoas presentes na apresentação, realizada em 14 de outubro.
Diante desse cenário, a delegada do caso separou trechos pequenos da gravação do show. São os momentos finais, que podem ajudar na identificação dos autores do crime de racismo.
A perícia foi acionada para fazer uma análise com o apoio de sofisticados programas de limpeza de áudio. O trabalho deve ser concluído em 30 dias.
Para a próxima semana, foram agendados depoimentos dos demais integrantes da banda, como músicos e a equipe técnica.
Seu Jorge prestou depoimento no final da tarde desta terça-feira (25) por videoconferência no inquérito que investiga o caso. O cantor afirmou que não ouviu as ofensas por estar de fone de ouvido, usado para ter o retorno de áudio no show.
Apesar disso, os relatos de testemunhas indicam a hipótese de racismo, afirma a delegada. "Uma delas referiu que ouviu 'vagabundo', 'preguiçoso' e 'negro'. Outra disse que ouviu a palavra 'macaco' sendo dita e, inclusive, viu pessoas fazendo imitação desse animal", aponta Andréa Mattos.
Algumas pessoas que já falaram à polícia mencionaram que Seu Jorge teria feito uma manifestação política durante o show, o que provocou a ira de parte do público. No depoimento, o artista explicou o que fez no palco.
Já foram ouvidas testemunhas do público, funcionários do clube que trabalharam no evento, da produtora e o cantor. A delegada estima que sejam necessários mais 15 dias para concluir as investigações.
Fonte: g1
