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Polícia faz operação contra organização criminosa do RS vinculada a facção nacional


Operação combateu crimes como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e de armas | Foto: Alex Cyrre/Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realiza, nesta terça-feira (20), uma operação de combate a uma organização criminosa gaúcha que seria parceira de negócios de uma facção nacional. Segundo a polícia, três pessoas foram presas.


Os crimes investigados são lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além de bloqueio/indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e imóveis, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará.


De acordo com a polícia, as investigações duraram dois anos. Estima-se que o grupo movimentava cerca de R$ 120 milhões por ano. O total ainda a ser apurado nos bloqueios de ativos bancários, na bolsa de valores, em criptomoedas, bem como imóveis no Vale do Sinos, pode chegar a mais de 3,5 milhões de reais.


Segundo a polícia, a análise de dezenas de contas, locais, pessoas físicas e jurídicas possibilitou a confirmação de que milhões em lucros de venda de drogas em diversas cidades gaúchas foram depositados em contas de laranjas do RS e outros estados brasileiros.


Como operava o grupo


Foi provado, segundo a polícia, que uma facção nacional, com origem no estado de São Paulo, vem operando desde 2017 com uma facção que tem base no Vale do Sinos. Foi identificado um elo entre operadores do grupo nacional com um apenado gaúcho, sendo que os dois gerenciam um esquema com 45 operadores responsáveis pela parte financeira e logística, ou seja, transações envolvendo pelo menos R$ 12 milhões de reais por mês a partir do RS, além de distribuição de entorpecentes e lavagem de dinheiro.


"O mapeamento que a gente fez foi a análise de centenas de contas bancárias, que eles usavam de passagem, de forma estruturada, pulverizando os lucros, distribuindo na célula gaúcha, além disso realizando ocultações e simulações através de pessoas físicas e jurídicas que abriam e fechavam constantemente", diz o delegado Adriano Nonnenmacher.


Segundo o delegado, o grupo pagava a facção nacional. "Realizavam pagamentos, dinheiro que ia e vinha por vários estados brasileiros e os créditos retornavam a essa célula gaúcha, como se fosse uma participação nos lucros. Essa associação entre as duas facções é muito forte tendo em vista o dinheiro indo e vindo".


Uma das contas identificadas pela polícia pertencia a um menino de 7 anos.


"A família [da criança] também é investigada. Faziam um ciclo muito bem discreto, dessas ocultações, através dessas contas de passagens realizavam um emaranhado de transações. Depois eles fechavam as contas e passavam a utilizar outras contas laranjas", diz o delegado.


Alvos da operação


Durante as investigações a polícia identificou diversos suspeitos de integrar o esquema. O homem apontado como sendo chefe do grupo no Rio Grande do Sul foi preso em São Paulo por tráfico de entorpecentes em 2020 e, além disso, um irmão dele, nos últimos meses, foi detido durante negociação de uma metralhadora .50 no Rio de Janeiro com o Comando Vermelho.


Outros dois investigados foram presos em 2017 no Rio de Janeiro com mais de 17 mil munições de vários calibres. Segundo a polícia, também foi comprovado que a organização gaúcha passou a operar em outros estados, tanto em distribuição de drogas, quanto em tráfico de armas.


Os operadores gaúchos tinham que garantir a distribuição e logística da droga pela organização nacional e depois ficavam responsáveis por pagar pelos entorpecentes via depósitos bancários em contas de pessoas físicas e jurídicas em outros estados, mas também pela lavagem de dinheiro do lucro interno obtido pela facção gaúcha ao redistribuir no âmbito estadual a outros grandes traficantes locais.


Também foram encontrados indícios que os ativos estão sendo enviados para a Bolívia, Paraguai e Colômbia, além dos créditos vindos de outros estados do Brasil para a célula gaúcha. Inclusive, foram encontradas conversas em que um Colombiano estaria comprando grande quantidade de maconha da facção nacional, via organização gaúcha.


Fonte: G1 Rio Grande do Sul



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