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Por que tantos imigrantes nos EUA são de Governador Valadares (MG)


Foto: Divulgação PMGV
Foto: Divulgação PMGV

É no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, que está localizada Governador Valadares, uma das cidades com maior fluxo migratório do Brasil. Entre os seus 257 mil habitantes não faltam histórias de pessoas que têm parentes ou amigos que se mudaram para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor.


Governador Valadares se tornou esse polo migratório devido a uma combinação de fatores, desde a economia local marcada pela estagnação até a formação de redes entre amigos e familiares de migrantes que acabam despertando o interesse pelos Estados Unidos em quem ficou na cidade natal.


Segundo especialistas, alguns dos motivos que explicam o alto fluxo de migrantes em Governador Valadares são:


  • Economia local marcada por uma forte dependência do setor de comércio e serviços, com ausência de atividades industriais e extrativistas

  • Demanda por mão de obra nos EUA, sobretudo nas últimas décadas do século XX

  • Formação de redes de sociabilidade entre conhecidos, familiares e amigos de migrantes

  • Mecanismos facilitadores, quando a viagem irregular — através da fronteira — é atrativa devido ao baixo custo se comparada a uma viagem por meios legais

  • Cultura da emigração, causada pela própria história da cidade além da quantidade de moradores de Valadares que se estabeleceram nos Estados Unidos

  • Perspectiva de melhores condições financeiras, com a possibilidade de renda em dólar, os imigrantes conseguem se manter e manter seus familiares que estão no Brasil

  • Famílias transnacionais, ou seja, com uma parte dos familiares no Brasil e outra, no exterior


Endurecimento da política de deportação dos EUA


Há 18 anos morando, trabalhando e criando os dois filhos nos Estados Unidos, ao lado do marido, a brasileira Rosângela Silva tenta viver além do medo da deportação. Ela e a família saíram de Governador Valadares e entraram nos EUA pela fronteira com o México.


"Está dando para trabalhar muito pouco, ninguém sai de casa porque eles [policiais norte-americanos] iam fazer batida geral. Daí a gente sai de manhã, mas e a volta? Nem sabe se vai voltar para casa. A gente tá igualzinho criminoso, uai. A gente tem que sair às escondidas, não estamos vivendo mais, só vive com esse pesadelo", disse Rosângela .


Por lá, segundo Rosângela, o cenário é de terror entre os brasileiros, que, agora, até se escondem em becos e esquinas para escapar das abordagens dos agentes de imigração nas ruas, reflexo do endurecimento da política de deportação do presidente norte-americano Donald Trump.


Rosângela, o marido e os dois filhos estão em Massachusetts, estado norte-americano onde vivem desde que chegaram ao país. Lá ela trabalha como diarista. De acordo com o governo americano, 5% da população é de imigrantes brasileiros, muitos de Governador Valadares.


Assim como muitas famílias de estrangeiros em situação irregular nos EUA, a diarista e seus parentes precisaram mudar a rotina da casa. Compartilhar a localização dos celulares e alterar rotas estão entre as estratégias para tentar manter a vida que construíram fora do Brasil.


"O que tem de valadarense aqui que tá, assim, desesperado para voltar para trás, e não tá tendo condições, é muito", contou Rosângela.


Desde o dia 20 de janeiro deste ano, quando tomou posse, dois aviões com deportados dos Estados Unidos chegaram ao Brasil - um total de 199 brasileiros repatriados, a maioria da Região do Vale do Rio Doce.


Fonte: G1



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