“Produtividade docente", precarização e baixos investimentos: os desafios da educação em debate
- Start Comunicação

- 18 de out.
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SÃO LEOPOLDO: nesta semana de celebração pelo Dia dos Professores e professoras, o programa Start News, da última quarta-feira (15), recebeu representantes da categoria para um debate sobre o atual momento da educação em São Leopoldo e no Brasil. Estiveram presentes Felipe Diego da Silva (tesoureiro do CEPROL – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública de São Leopoldo), Rosi Petersen (vice-presidente da mesma entidade), Neusa Maria Siqueira (professora aposentada) e Sara Fauth Figueiro (professora da EMEF Chico Xavier).
Durante o programa, os convidados abordaram diversos temas críticos:
O Projeto de Lei, aprovado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul de criação de um mecanismo de premiação por produtividade para professores e alunos foi questionado pelos participantes, que abordaram a complexidade de medir “produtividade” de professores e alunos, diante de contextos educacionais tão distintos, em escolas com realidades divergentes e alunos com diferentes condições socioeconômicas.
A tentativa de criminalização crescente da categoria de professores e professoras, expostos a condições de trabalho precarizadas, com ameaças, falta de materiais, sobrecarga de horários que muitas vezes ultrapassam o contrato.
A falta de valorização e respeito à profissão que conforme Felipe Diego da Silva, é uma realidade que tem afastado jovens do ingresso no magistério, e a média etária dos que ainda seguem, eleva cada vez mais.
A vice-presidente Rosi Petersen fez alerta sobre risco de privatização do ensino público, e sobre o crescimento das terceirizações em salas de aula, visto como ameaça à universalidade e qualidade da educação pública.
A professora Sara Fauth reforçou que a educação pública é fundamental para o desenvolvimento social do país, mas denunciou que os investimentos permanecem baixos e sujeitos a cortes.
Contexto nacional
Conforme dados da OCDE, em 2017 o Brasil destinou cerca de 5,1 % do Produto Interno Bruto (PIB) para instituições de educação (níveis básico a superior). O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que esse investimento deveria alcançar 10 % do PIB até 2024. Especialistas apontam que, apesar do montante relativo ser compatível ou superior ao de alguns países, o gasto por aluno e os resultados educacionais permanecem muito distantes dos padrões internacionais.
Reflexão
O debate em São Leopoldo reforça que muitos dos problemas e avanços necessários para a melhoria do ensino público, tais como criar mecanismos de “produtividade”, riscos de terceirização e envelhecimento da categoria, não são casos isolados, mas refletem uma realidade nacional.
Para avançar, além de garantir condições dignas de trabalho para os professores, será necessário reforçar o diálogo sobre financiamento adequado, medição justa de resultados e preservação de um ensino público de qualidade.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Bado Jacoby































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