Taxa de analfabetismo do Nordeste continua sendo o dobro da média nacional
O analfabetismo na Região Nordeste (14,2%) continuou sendo o dobro da média nacional (7,0%) – em 2010, as taxas eram, respectivamente, de 19,1% e 9,6%. As taxas de analfabetismo do Norte e do Nordeste tinham, em 2022, valores acima de 2% desde o primeiro grupo de idade. No Centro-Oeste, isso ocorreu a partir de 35 a 44 anos e para no Sul e Sudeste apenas a partir de 45 a 54 anos.
Enquanto entre as pessoas com até 44 anos a taxa de analfabetismo era menor que 2% nas regiões Sudeste e Sul, o grupo mais novo, de 15 a 19 anos, sequer tinha alcançado percentuais de analfabetismo abaixo de 2% nas regiões Norte (2,2% de analfabetos) e Nordeste (2,4% de analfabetos). Pessoas com 65 anos de idade ou mais no Nordeste têm taxa de analfabetismo (39,4%) 3,5 vezes maior do que a registrada na Região Sul (11,3%) para o mesmo grupo etário.
Santa Catarina tem a maior taxa de alfabetização, Alagoas, a menor
Entre as unidades da federação, as maiores taxa de alfabetização foram registradas em Santa Catarina, com 97,3%, e no Distrito Federal, com 97,2%, e as menores, em Alagoas, com 82,3%, e no Piauí, com 82,8%. Em 2010, a diferença entre a maior e a menor taxa de alfabetização, isto é, entre o Distrito Federal e Alagoas, era de 20,9 p.p., enquanto, em 2022, esse diferencial caiu para 15,0 p.p. entre Santa Catarina e Alagoas. Entre os censos de 2010 e 2022, Alagoas foi a unidade da federação que mais aumentou o percentual de pessoas de 15 anos ou mais alfabetizadas, com uma expansão de 6,7 p.p., resultado que, no entanto, não foi suficiente para retirá-la da última posição.
Taxa de alfabetização das pessoas indígenas foi 85,0% em 2022
No Censo 2022, definiu-se como pessoas indígena aquela que reside em localidades indígenas e se declarou pelo quesito "cor ou raça" ou pelo quesito "se considera indígena", e, também, a pessoa que vive fora das localidades indígenas e se declarou no quesito "cor ou raça". Por isso, o total de pessoas indígenas pode ser superior ao total de pessoas de cor ou raça indígena.
Os resultados do Censo Demográfico 2022 mostram que havia no país 1.187.246 pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade, das quais 1.008.539 sabiam ler e escrever um bilhete simples e 178.707 não sabiam. Ou seja, a taxa de alfabetização das pessoas indígenas foi de 85,0% em 2022, abaixo da taxa nacional, de 93,0%. A taxa de analfabetismo dessa população foi de 15,1%, acima da taxa nacional de 7,0%.
As taxas de alfabetização mais elevadas das pessoas indígenas são encontradas no Sudeste (91,7%), Sul (89,4%) e Centro-Oeste (87,3%). As mais baixas no Nordeste (82,0%) e Norte (84,7%).
Taxa de analfabetismo das pessoas indígenas caiu em todas as regiões e faixas etárias
De 2010 para 2022, a taxa de analfabetismo das pessoas indígenas caiu de 23,4% para 15,1%. Houve redução em todas as grandes regiões, sendo a queda mais expressiva observada na Região Norte (de 31,3% para 15,3%), seguida da Região Centro-Oeste (de 20,8% para 12,7%) e da Região Nordeste (de 24,4% para 18,0%). A Região Sudeste teve a menor queda na taxa de analfabetismo das pessoas indígenas, que passou de 10,5% para 8,3%, e o Sul, a segunda menor, passando de 15,7% para 10,6%.
A queda na taxa de analfabetismo das pessoas indígenas ocorreu em todas as faixas etárias, com as maiores reduções nas faixas de 35 a 44 (de 22,9% para 12,0%), 55 a 64 (de 38,3% a 27,4%) e 25 a 34 anos de idade (de 17,4% para 6,7%). “Isso é reflexo do investimento na educação diferenciada de crianças, jovens e adultos indígenas, no período intercensitário, e a ampliação do pertencimento étnico-indígena fora das Terras Indígenas, quando comparado com 2010”, diz Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.
Os homens indígenas de 15 anos ou mais têm taxa de alfabetização de 85,7%, 1,4 p.p. acima da taxa de alfabetização das mulheres indígenas (84,3%). A desagregação da taxa de alfabetização das pessoas indígenas por sexo e grupos de idade demonstra que as mulheres indígenas têm taxa de alfabetização ligeiramente superior entre os 15 e 34 anos de idade. A partir dos 35 anos, a taxa de alfabetização dos homens indígenas se torna superior, com diferenças maiores (4,7 p.p.) para o grupo de 65 anos ou mais, o que aponta para um possível maior acesso das mulheres indígenas à educação nas faixas de idade mais jovens.
Mais sobre a pesquisa
Com a pesquisa “Censo 2022 Alfabetização: Resultados do Universo”, o IBGE traz a público mais uma divulgação temática dos resultados do Censo Demográfico 2022, abordando as informações relativas à alfabetização da população brasileira. Nesta divulgação, os dados disponibilizados contemplam os recortes Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios e estão desagregados, também, segundo a cor ou raça, pessoas indígenas, sexo e os grupos de idade dos moradores.
FONTE: IBGE
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