Chat, qual a benção sem explicação? Toc, toc, toc - Por Núbia Pires
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- 11 de ago.
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Atualizado: 15 de set.

Assim iniciou a primeira quinzena de julho, com tantas trends e acontecimentos que é quase impossível acompanhar a celeridade das redes. Do morango do amor ao toc, toc, toc, quem diria que iriamos nos tornar reféns dos minutos que antecedem um alvoroço. O que se percebe é que metade do Brasil é carnaval e a outra chora pelo capitão.
Capitão caverna agora, visto que não pode sair da toca. O que para muitos é injustiça, eu vejo como a forma mais branda para a defesa da democracia. Quanto ao que se tem de retaliação, entendo ser só o começo de uma desfaçatez desenfreada. Uma retórica de imperador, acostumado com súditos que lhe baixam a cabeça, Trump não sabe com quem comprou a briga. Somos sim um país que tem tudo pra dizer amém aos EUA, mas não será assim, pois temos algo muito maior que qualquer armamento bélico, que é o costume de levar porrada e continuar em pé.
O Brasil, sendo potência em exportação — uma vez que a carne e a soja que já virou praticamente cidadã americana — sabe bem como agradar o Tio Sam no café da manhã, almoço e jantar. E não esqueçamos o aço, o suco de laranja, e até o etanol, que vai e volta como se fosse turista em Miami.
Mas eis que surge a tempestade no paraíso: uma possível prisão do mito e o as redes começam a se alvoroçar. O presidente americano ao saber da movimentação, parece ter confundido o Brasil com Cuba e já cogita embargar até o pão de queijo. A retaliação mais temida é o bloqueio imediato dos chips de celular usados por youtubers brasileiras na Disney.
Assim, o governo dos Estados Unidos pode tentar impedir que produtos brasileiros cheguem aos portos americanos, tudo em nome da “liberdade”. Afinal, liberdade pra ele parece significar: "meus amigos não vão presos, mesmo que sejam acusados de tentar dar um golpe de Estado enquanto postam vídeo no Zap."
O fato é que, se Bolsonaro for mesmo parar atrás das grades, e Trump resolver chiar, teremos uma crise comercial com gosto de novela das nove. E como todo brasileiro sabe: pode faltar paz, mas não pode faltar o meme. Se nos cortarem os contratos, ainda teremos o TikTok e o X (antigo Twitter) pra fazer barulho — porque se tem uma coisa que o Brasil exporta de graça, em larga escala e sem taxa de importação... é alegria.
Sobreviventes somos de gerações que não contavam com tanta tecnologia para informação e diversão. A guerra fria se fez com o avanço tecnológico de duas super potencias e a briga por ideologias comunista e capitalista. Certo é que nessa divisão ideológica mundial nada sobra para aquele que ali está perene sob o sol, sem saber ao certo nem o que é ideologia e nem o porquê se sofre tanto para ganhar o pão de cada dia, rindo apenas das trendzinhas diárias do insta e tentando entender os motivos pelo qual uma pessoa tão boa, tão justa, que luta pela pátria, família e em nome de Deus é tão injustiçado.
Que venha agosto, mês do cachorro louco, mostrando que a vida é mais do que a sua benção sem explicação e um morango do amor, aguardemos as cenas dos próximos capítulos....
Núbia Pires, é advogada da Banca Cavedon Pires Associados


































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