Dengue, zika e chikungunya elevam riscos para gestantes e bebês
- Start Comunicação

- 26 de set.
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As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya, conhecidas como arboviroses, representam um risco crescente para a saúde materno-infantil no Brasil. Essas infecções, já conhecidas pelos impactos em diferentes faixas etárias, têm despertado atenção especial dos especialistas quanto aos efeitos durante a gestação.
Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado na revista científica Nature Communications, analisou mais de 6,9 milhões de nascidos vivos no país entre os anos de 2015 e 2020. Os dados revelam uma associação significativa entre a infecção por arbovírus durante a gravidez e o aumento de complicações tanto para as gestantes quanto para os bebês.
A pesquisa, conduzida por cientistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS/Fiocruz Bahia), apontou que a exposição aos vírus durante a gestação está relacionada a um maior risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer, baixa pontuação no Apgar — exame que avalia rapidamente as condições do recém-nascido após o parto — e, em casos mais graves, óbitos neonatais.
Os resultados reforçam a necessidade de monitoramento intensivo da saúde da gestante em regiões com circulação do Aedes aegypti, além da importância de ações preventivas e de combate ao mosquito para proteger mães e bebês dos efeitos adversos das arboviroses.
Anomalias
Além de estar associada ao parto prematuro e ao baixo peso ao nascer, a dengue também foi ligada a alterações estruturais e funcionais no desenvolvimento fetal, conhecidas como anomalias congênitas. No caso da zika, os efeitos negativos foram ainda mais expressivos, com destaque para a má-formação congênita, cujo risco foi mais que duplicado entre os bebês cujas mães foram infectadas durante a gestação.
O pesquisador Thiago Cerqueira-Silva observou, porém, que os padrões de risco variam conforme o tipo de vírus e o momento da infecção durante a gravidez.
Risco de morte neonatal
“O estudo apresenta evidências sólidas que desfazem o mito de que apenas a zika representa um grande perigo na gestação. Demonstramos que a chikungunya e a dengue também acarretam consequências graves, como o aumento do risco de morte neonatal e de anomalias congênitas. Essas informações são fundamentais para orientar as ações clínicas e as políticas públicas de saúde”, explicou o pesquisador.
Ele ainda destacou que a pesquisa traz novas evidências sobre os impactos das infecções por arbovírus durante a gestação, indicando que os períodos de maior vulnerabilidade variam conforme o trimestre da gravidez. Essa variação no risco sugere que diferentes mecanismos biológicos atuam em cada fase, reforçando a importância da vigilância e das medidas preventivas ao longo de toda a gestação.
Prevenção
Para Thiago Cerqueira-Silva, o estudo reforça a necessidade de fortalecer as medidas de prevenção durante a gestação, protegendo mães e crianças contra consequências graves. Em comunidades vulneráveis, a maior exposição ao mosquito aumenta o risco de infecção e agrava os efeitos na gravidez, além de gerar impacto financeiro desproporcional às famílias de baixa renda.
Diante disso, ele defende a ampliação da vacinação contra a dengue e a inclusão da vacina contra a chikungunya no calendário nacional, garantindo acesso gratuito e amplo para todas as gestantes. Também destaca a importância de campanhas educativas para informar sobre os riscos dessas doenças, que hoje são pouco divulgados, ao contrário da zika.
Da redação da Start Comunicação: www.startcomunicacaosl.com.br
Fonte: Agência Brasil
































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