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Falta de controles faz crime organizado apostar na falsificação de bebidas no Brasil

Em 2023, bebidas ultrapassaram o cigarro como produto mais falsificado do país. Falta de fiscalização e impunidade alimentam mercado bilionário e de alto risco ao consumidor.


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A falsificação de bebidas alcoólicas no Brasil vem crescendo nos últimos anos e já movimenta bilhões de reais. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022 o crime organizado faturou R$ 56,9 bilhões com a produção de bebidas adulteradas — valor superior ao da maior cervejaria do país, a Ambev.


Em setembro de 2025, o problema ganhou destaque após cinco mortes em São Paulo por suspeita de ingestão de bebidas com metanol. O diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), Rodolpho Ramazzini, afirma que o insumo usado originalmente em combustíveis teria sido redirecionado para distribuidoras clandestinas após a Operação Carbono Oculto.


Riscos e mercado em expansão

O consumo de bebidas adulteradas pode causar dores intensas, cegueira e até morte. Whisky, gim e vinhos estão entre os produtos mais falsificados. Estima-se que até 36% do mercado de destilados seja composto por versões ilegais.

Antes dominada por pequenos comerciantes, a falsificação passou a ser controlada por facções criminosas, que ampliaram a escala do negócio. A venda, em geral, ocorre em pequenos comércios, mas especialistas alertam que a lucratividade já ameaça até grandes estabelecimentos.


Falta de rastreabilidade e impunidade

A ausência do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), desativado em 2016, é apontada como uma das razões para o avanço da fraude. O mecanismo permitia rastrear a produção e reduzir a sonegação, estimada hoje em até R$ 30 bilhões por ano.


Além disso, segundo Eduardo Cidade, presidente da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), a impunidade favorece o crime. “Quando um falsificador é pego, responde em liberdade e a pena máxima é prestação de serviços. Como o lucro é alto, o crime compensa.”


Bebida como commodity do crime

Para Renato Sérgio de Lima, do FBSP, a bebida tornou-se uma “commodity” para o crime organizado. O setor, pouco regulado, oferece menos riscos em comparação a outras atividades ilegais e funciona ainda como canal para lavagem de dinheiro.

“O Estado não se preocupa com os efeitos dessa baixa fiscalização sobre o fortalecimento das facções”, alerta Lima.


FONTE: Instituto Humanitas Unisinos

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