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Felipe Kuhn Braun: o guardião da memória da imigração alemã

Foto: Alexon Gabriel
Foto: Alexon Gabriel

Na última quinta-feira (29), o programa Start News, recebeu Felipe Kuhn Braun. Jornalista, historiador, vereador e autor de mais de 30 livros, Braun é considerado um dos principais nomes na preservação da história da imigração alemã do Rio Grande do Sul. Felipe falou sobre sua trajetória marcada por paixão à história e dedicação à pesquisa. Um dos destaques foi sua atuação à frente do projeto "Narrando a História dos 200 Anos da Imigração Alemã", transmitido pelo Grupo Start, que se consolidou como uma referência em conteúdo histórico sobre o tema.


Braun revelou que possui um dos maiores acervos fotográficos sobre imigração alemã do Brasil. São cerca de 47 mil imagens antigas, das quais aproximadamente 11 mil são originais, muitas delas doadas por famílias que reconhecem a importância de preservar a memória. "As imagens contam capítulos importantes da história da imigração não apenas no Rio Grande do Sul, mas também em outras regiões”, explicou. Segundo ele, boa parte do acervo já está digitalizada e catalogada.


O historiador destacou o papel central de São Leopoldo na colonização alemã no Brasil. A cidade é considerada o berço da imigração alemã. Felipe relembrou que São Leopoldo deu origem a mais de 40 municípios da região. “Essas cidades que hoje chamamos de netas e bisnetas de São Leopoldo”, brincou. Braun ressaltou que a influência dos imigrantes alemães foi além da agricultura. Com habilidades artesanais, muitos eram ferreiros, carpinteiros e sapateiros, o que impulsionou o nascimento das indústrias de couro, metal e madeira no país. "Foi uma transformação.


Com mais de 30 livros publicados, Felipe revelou que seu processo criativo é contínuo e disciplinado. "Escrevo no trem, no ônibus, nos intervalos do dia. Já penso no título, nas imagens, na estrutura. Otimizo cada momento do meu tempo", contou.


Dentre suas obras, algumas se destacam pelo foco em aspectos culturais específicos, como As Noivas de Preto, que retrata o costume das mulheres casarem de preto, algo comum entre imigrantes alemães devido à dificuldade financeira. A obra traz 111 fotografias antigas selecionadas a dedo, mostrando como o preto era a cor do cotidiano, inclusive nos casamentos. Outros títulos abordam temas como a tradição do luto, as obras em cemitérios e biografias importantes, como a do padre Theodor Amstad, fundador da Sicredi, e de Martinho Lutero.

 

Foto: Reprodução Instagram
Foto: Reprodução Instagram

Felipe também aproveitou a ocasião para dar destaque ao lançamento do seu mais recente livro "200 anos da imigração alemã no sul do Brasil", uma obra bilíngue (português/inglês) que resgata memórias, trajetórias e contribuições fundamentais dos imigrantes alemães à nossa região. A obra apresenta uma rica coletânea de memórias, fotografias, relatos e análises que traçam a jornada dos imigrantes alemães desde sua chegada ao país até os dias atuais, relata o escritor. Com linguagem acessível e conteúdo amplamente documentado, o livro resgata histórias familiares, trajetórias de pioneirismo e os impactos culturais, econômicos e sociais deixados pelas comunidades germânicas principalmente no Rio Grande do Sul, conta.


Segundo o autor, o objetivo é “dar visibilidade à contribuição dos imigrantes alemães que ajudaram a moldar a identidade do Sul do Brasil, sem deixar de abordar os desafios enfrentados, como o preconceito e as guerras mundiais, que marcaram a história dessas comunidades”. Além do conteúdo textual, a obra se destaca pelo cuidado editorial: conta com fotografias históricas, documentos de época e mapas que enriquecem a leitura e contextualizam os episódios abordados. Por ser bilíngue, o livro também busca alcançar leitores internacionais, especialmente descendentes de imigrantes interessados em suas origens.


Além de livros, Felipe também realiza projetos de descendências familiares e viagens culturais à Alemanha, com o objetivo de conectar descendentes às suas origens. "O nosso trabalho é fazer com que as pessoas conheçam e se reconectem com suas raízes. Quando alguém entende de onde veio, entende melhor quem é", disse.


A mistura das duas profissões é algo natural para Felipe, que começou a se interessar por história aos 14 anos e nunca mais parou. A mesma curiosidade que o levou a entrevistar descendentes de escultores de lápides o transformou em um dos principais cronistas da história alemã no Brasil. "Na minha história de vida hoje estão mais de 30 livros publicados, diversas palestras, centenas de imagens e, principalmente, incontáveis histórias preservadas", finalizou.


Da Redação www.startcomunicacaosl.con.br - Mariana Santos - Jornalista MTB 19/788


Assista a entrevista completa:


 

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