Levantamento aponta que somente 70% dos municípios executaram plano de contingência durante as enchentes de 2024
- Andressa Brunner Michels - Jornalista - MTB 19281/RS

- 3 de nov.
- 2 min de leitura

Uma parcela de 84,5% dos municípios gaúchos atingidos pelas enchentes históricas de 2024 informou ter Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil. No entanto, apenas 70,4% executaram o plano durante o evento climático, segundo dados da Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento, com base em questionários respondidos pelas prefeituras, incluiu em 2024 um bloco específico sobre a tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul entre abril e maio, deixando pelo menos 184 mortos e 25 desaparecidos, de acordo com o governo estadual.
Dos 497 municípios gaúchos, 459 (92,4%) relataram ter sido impactados pelo evento. Destes, 388 cidades (84,5%) declararam possuir plano de contingência, mas apenas 323 (70,4%) colocaram-no em prática durante a crise.
Entre os 65 municípios que não aplicaram o plano, os principais obstáculos apontados foram:
Falta de recursos materiais (equipamentos e viaturas) – 11 municípios
Falta de treinamento do setor responsável – 10 municípios
Falta de recursos humanos – 9 municípios
Falta de recursos financeiros – 8 municípios
Falha no sistema de alerta – 7 municípios
Ausência de mapeamento de áreas de risco – 6 municípios
Outros fatores foram mencionados por 51 municípios, e três não souberam informar. O questionário permitia múltiplas respostas, de modo que cada município podia indicar mais de um motivo para a não execução do plano.
“O plano de contingência é um documento em que o município descreve o que deve ser feito numa situação de desastre e tenta planejar atividades, funções e meios para minimizar os efeitos desse evento”, explicou Vânia Pacheco, pesquisadora do IBGE.
Segundo a Munic, a elaboração de planos de contingência envolve análise de vulnerabilidades, mapeamento de riscos e identificação de recursos disponíveis para resposta e recuperação. O levantamento destaca que o Rio Grande do Sul enfrenta desafios recorrentes, como enchentes e secas.
Em 2024, os eventos climáticos mais frequentes nos municípios foram:
Enchentes e enxurradas: 406 cidades
Alagamentos: 336 cidades
Inundações: 316 cidades
Erosões: 296 cidades
A pesquisa registrou que apenas Bagé não respondeu ao levantamento até a data de encerramento da coleta.
Um ano após as enchentes, o governador Eduardo Leite (PSD) afirmou que o estado vem implementando ações para mitigar impactos de novas cheias, mas que a formação de sistemas de proteção robustos demandaria mais tempo.
“Não significa que nada se faça neste período. Pelo contrário, é a etapa de preparação para termos os projetos, os estudos ambientais e a execução de obras bilionárias”, declarou Leite, reforçando que os gaúchos ainda levarão alguns anos para fortalecer a estrutura contra desastres.
Redação do www.startcomunicacaosl.com.br | Por Andressa Brunner Michels | Fonte: O Sul































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