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Lula: Com tecnologia, o pequeno agricultor produz tanto quanto o grande

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado, 24 de maio, em Campo Verde (MT), do lançamento do programa Solo Vivo, que tem o objetivo de recuperar áreas degradadas destinadas à agricultura familiar mato-grossense. A iniciativa conta com investimento inicial do Governo Federal de R$ 42,8 milhões e busca melhorar a qualidade dos solos, aumentar a produtividade das lavouras, fortalecer a geração de renda e promover a permanência das famílias no campo.


Durante a cerimônia, também foram entregues máquinas agrícolas e retroescavadeiras – ação que integra o programa Solo Vivo –, além de 78 títulos para assentamentos de reforma agrária. Durante discurso, o presidente Lula destacou que as entregas representam um passo importante para reduzir as desigualdades do campo, melhorando o acesso às tecnologias.

] Eu queria dizer para vocês o gesto que foi feito hoje aqui entregando essas máquinas para poder melhorar a capacidade produtiva de vocês e melhorar a qualidade da terra. O que essas máquinas vão provar é que não é que o pequeno agricultor é incompetente e o grande produtor é competente. É preciso acabar com essa falácia. O que o pequeno produtor não tem é as mesmas condições de comprar os equipamentos que tem o grande produtor”, afirmou o presidente


Para Lula, o programa Solo Vivo é mais um passo para garantir mais igualdade e segurança alimentar. “Na hora que você permite que a tecnologia que os grandes usam chegue aos pequenos, os pequenos terão chance de produzir a mesma quantidade e com muito mais amor, porque não estão pensando só em vender, estão pensando em coisas para comer também. Isso é um dado diferente. Portanto, essa entrega de títulos e essa entrega de máquinas é um novo começo das coisas que vão acontecer no Brasil”, disse Lula.


“Hoje eu assumi o compromisso de voltar, depois da primeira colada (fase inicial da produção), nesses companheiros do Projeto Solo Vivo. Assim que chover, que começarem a brotar as coisas que eles plantaram, eu quero voltar aqui para tirar fotografia e mostrar o que acontecerá nesse país se a gente investir igualmente em todos”, completou Lula.


MELHORIAS — Para a agricultora Olivede de Alcântara, o Solo Vivo vai ajudar a agilizar a produção. “Esses solos aqui dessa região são todos muito carentes. Recuperando esse solo você vai ter mais possibilidade, maior plantio, melhor qualidade de produção. Poder trabalhar sem gastar tanto na hora do plantio. Você usa semente e uma calagem de adubo está bom porque a terra já está bem boa”, disse.


Na primeira etapa de implementação do programa, entre 800 e 1.000 famílias serão atendidas, em propriedades com média de 10 a 15 hectares cada, dentro de assentamentos.

Presidente Lula entrega títulos para assentamentos de reforma agrária durante lançamento do programa Solo Vivo, em Campo Verde (MT). Foto: Ricardo Stuckert/PR


ENTREGA DE TÍTULOS — Os 78 títulos de domínio entregues vão beneficiar famílias do Assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (MT), e do Assentamento Salete Strozak, em Guiratinga (MT). Os imóveis adquiridos por meio dos títulos somam o investimento de mais R$ 397 mil, totalizando uma área de 1.764,86 hectares.


PRODUÇÃO BRASILEIRA — Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, destacou o papel transformador da agricultura na vida de milhares de pequenos produtores, além de ressaltar que o Brasil bateu recordes de produção nos últimos dois anos.


“Nesta safra, o Brasil produz mais de 1 bilhão e 100 milhões de toneladas de alimentos, frutas, carnes, grãos, energia renovável, celulose, cana-de-açúcar, gerando a força da economia. São 374 novos mercados abertos para que o que a gente produza possa garantir a segurança alimentar nossa e de outros países amigos do mundo”, afirmou.


ACESSO A TECNOLOGIAS — O ministro também celebrou o programa Solo Vivo como uma forma de garantir aos agricultores familiares o acesso às mesmas tecnologia e qualidade de insumos que os grandes produtores já possuem.


“Nós estamos lançando hoje o alicerce de tudo aquilo que tem que ser feito para produzir alimento. Recupera o solo, prepara ele para receber a semente, cultiva o que quiser, que vai fazer na mesa de todos. Pequeno, médio, grande, todos produzindo muito, com sustentabilidade, com qualidade, com diversidade, para produzir alimento, riqueza e qualidade de vida”, completou Fávaro.


ALIMENTAÇÃO — O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) destacou que o programa representa uma nova visão da reforma agrária. Ele afirmou que, além da entrega de terras, a política de reforma agrária envolve apoio técnico, crédito, insumos agrícolas e acesso a mercados por meio de compras públicas. Como exemplo, citou o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra alimentos da agricultura familiar para escolas e outras instituições.


“O que está sendo feito aqui é um exemplo para a reforma agrária. Assentamento de reforma agrária está recebendo potássio, calcário, máquinas, mostrando que reforma agrária é terra, é crédito, assistência técnica, o IFMT na orientação sobre o solo e sobre o plantio, e é também acesso a mercados e compras públicas. Os assentamentos vendem para um programa importante de compras públicas que é o PAA”, afirmou o ministro.


Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, afirmou que o estado de Mato Grosso é responsável por grande parte da produção agrícola no país. Ele também ressaltou que a instituição já aprovou mais de R$ 29 bilhões em crédito para impulsionar diversos setores da economia local, com destaque para a agricultura e a agroindústria.


“Esse estado, para poder crescer e se desenvolver, precisa de crédito. Nós, no governo do presidente Lula, aprovamos para Mato Grosso R$ 29 bilhões de crédito para o desenvolvimento do estado. No primeiro trimestre deste ano, nós liberamos 1 bilhão e 768 milhões de reais. Isso significa 782% a mais que o Lula deu para o estado de Crédito Agrícola do que o governo anterior”, destacou.


Presidente Lula entrega chave de máquina agrícola durante cerimônia de lançamento do programa Solo Vivo, em Campo Verde (MT). Foto: Ricardo Stuckert/PR

MÁQUINAS AGRÍCOLAS — O Governo Federal também realizou a entrega das chaves das máquinas agrícolas e retroescavadeiras que beneficiarão diversos municípios. A entrega foi por meio do Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais e Sustentabilidade da Agricultura Familiar em Mato Grosso.


Para Valdeir Souza, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a entrega de máquinas agrícolas representa um marco histórico para os assentamentos da reforma agrária.


“Afirmo dizer que é a maior entrega de máquinas para assentamentos de reforma agrária do nosso país. É mostrar que o recurso público faz uma diferença enorme quando é aplicado para os assentamentos de reforma agrária. Estamos muito agradecidos. Realmente tivemos dúvidas de que esse projeto chegaria para nós”, disse Valdeir.


PARCERIAS — O programa Solo Vivo é uma parceria do Governo Federal com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Mato Grosso (Fetagri-MT) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), contemplando 10 assentamentos em diferentes regiões do estado. A iniciativa alia ciência, tecnologia e compromisso com o desenvolvimento sustentável em uma parceria com o IFMT, que ficará a cargo dos estudos técnicos de análise e correção do solo.


Outro diferencial do Solo Vivo é a formação de equipe altamente qualificada, composta por professores, pesquisadores e técnicos que atuam em grupos de pesquisa nas áreas de ciência do solo, sustentabilidade, sistemas agrícolas e geotecnologias. Essa estrutura técnica busca garantir rigor científico e qualidade nos diagnósticos e nas recomendações.


IDENTIFICAR NECESSIDADES – O processo inicia com análises de solo feitas pelo IFMT. A partir dos resultados laboratoriais, são identificadas as necessidades de cada propriedade e a aplicação dos insumos necessários — principalmente calcário e fosfato.


O trabalho de correção do solo é acompanhado em tempo real por meio de uma plataforma digital de gestão, chamada Operation Center, que permite monitorar a localização das máquinas, as atividades em andamento e o desempenho de cada operação no campo.

MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS – O projeto piloto do programa em Mato Grosso contempla ações em 10 municípios do estado:

  • Alto Araguaia

  • Campo Verde

  • Poconé

  • Rosário Oeste

  • Barra do Bugres

  • São Félix do Araguaia

  • Matupá

  • Juína

  • Pontes e Lacerda

  • São José dos Quatro Marcos


Inicialmente, as atividades serão realizadas em Campo Verde, Poconé, São José dos Quatro Marcos, São Félix do Araguaia e Juína.


ESTUDOS E ANÁLISES – O IFMT é responsável por realizar os estudos técnicos, análises laboratoriais e orientar as práticas de correção do solo. Em parceria com o Mapa, fortalece o papel da extensão tecnológica no atendimento às demandas sociais e econômicas do estado. O apoio governamental promove atividades de extensão que ampliem o acesso dos agricultores ao serviço público.


QUALIDADE DE VIDA — O reitor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Julio César dos Santos, afirmou que o Instituto será um parceiro ativo do Solo Vivo para recuperar terras degradadas e promover emprego, renda e qualidade de vida no campo. Em breve, afirmou, o programa será expandido para 32 assentamentos.


“O senhor tem um ministro que entende a importância da educação, da pesquisa, da extensão e foi bater na porta do Instituto Federal de Mato Grosso, convidando a nossa instituição para ser parceira em um lindo projeto de geração de emprego, renda, qualidade de vida, dignidade e esperança, fomento às cadeias produtivas, que é o programa Solo Vivo”, disse o reitor.


Divino Martins, presidente da Fetagri/MT, destacou que não há custo para os agricultores participantes do programa. “Quantas pessoas vão mudar a sua qualidade de vida depois da execução desse projeto, melhorar a qualidade de seu produto e aumentar a produtividade. E é isso que nós precisamos dos governantes, de dar as mãos e olhar para aqueles que têm a responsabilidade de colocar a alimentação na mesa brasileira, que é a agricultura familiar”, afirmou.


EQUIPES — Na primeira etapa, as equipes serão formadas por professores, técnicos e 43 estudantes bolsistas, sendo 22 do Ensino Médio Integrado, que trabalharão em um diagnóstico detalhado da fertilidade dos solos nos assentamentos rurais mato-grossenses.

Os estudantes – envolvidos em todas as etapas do projeto – participam das coletas em campo, das análises em laboratório, do desenvolvimento de tecnologias e da criação de soluções digitais, como o próprio SolIF, desenvolvido dentro do IFMT.


O trabalho de coleta, análise e elaboração de laudos técnicos é a base para que o Ministério da Agricultura e Pecuária possa implementar ações de correção e manejo do solo, fundamentais para transformar a realidade produtiva dos agricultores familiares.


CURSO ONLINE — Além do trabalho de campo e laboratório, o IFMT desenvolveu um curso online gratuito, “Metodologia Solo Vivo: Da Coleta de Amostras à Análise de Solo”, que já conta com mais de 180 inscritos. O curso, além de ser obrigatório para os bolsistas, também democratiza o acesso às metodologias aplicadas no projeto, ampliando o alcance da iniciativa.

Durante a cerimônia, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, parabenizou o papel do Governo Federal pelo fortalecimento da agricultura familiar e elogiou o programa recém-lançado. “E eu fico aqui feliz, Paulo Teixeira, presidente Lula, ministro Fávaro e todos que representam o Governo Federal, de estar vendo essa ajuda que está chegando a muitos assentamentos. Quero parabenizar o Governo Federal por este programa para a agricultura familiar”, afirmou.


Já o prefeito de Campo Verde (MT), Alexandre Lopes de Oliveira, destacou a união de esforços para melhorar a vida de quem está no campo. O prefeito também afirmou que o programa contribuirá para aumentar a produção agrícola. “O programa Solo Vivo realmente restabelece uma longevidade na produção agrícola, tanto para quem cultiva, quanto para quem cria. E isso realmente vem ao encontro daquilo que o Cerrado oferece. O Cerrado é, por natureza, quimicamente pobre. Quando você estabelece as correções do solo, como esse programa, você dá longevidade à produção”, disse.


FONTE: AGENCIA GOV

FOTO: Agência Gov

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