Anos depois da vinda da Congregação de Santa Catarina, foi instituído pelos Irmãos Maristas o Colégio São Jacó. O primeiro colégio católico para meninos de Hamburgo Velho funcionava no prédio onde hoje é o Campus I da Universidade Feevale. O grande idealizador dessa escola foi o padre Benedito Meienhofer que, em 1914, começou uma campanha para sua construção. Com a ajuda de grandes personalidades da cidade, em 1915 o Colégio já estava em funcionamento, sendo entregue à ordem dos Irmãos Maristas, que assumiram o trabalho pedagógico e administrativo. Essa escola funcionou até 1969, com a transferência das atividades para o Colégio Pio XII. Novamente percebemos o envolvimento de católicos proeminentes da localidade de Hamburgo Velho no projeto de instalação da escola marista. O mesmo Jacob Kroeff Filho, incentivador da vinda das irmãs de Santa Catarina, desta vez faz doação do terreno onde foi construída a escola. Ao mesmo tempo em que se estabeleciam as primeiras escolas católicas do território de Novo Hamburgo, surgiam as primeiras aulas mistas. Até aquele momento, a escolarização estava dividida em quatro tipos de escolas, que surgiram nesta ordem: 1) escola evangélica para meninos; 2) escola evangélica para meninas; 3) escola católica para meninos; 4) escola católica para meninas. Ou seja, a confissão religiosa e o gênero eram determinantes, na maior parte dos casos, para que uma criança ingressasse em uma determinada instituição de ensino, até o início do século XX, em Novo Hamburgo.
Além de Novo Hamburgo, se verifica a presença de Irmãos Maristas em São Leopoldo também. O Colégio São Luís, fundado em 1902 pelos Irmãos Maristas, possui o propósito de atender o ensino primário, na condição de anexo ao Ginásio dos Padres Jesuítas. No ano de 1937 foi oficializado o Ensino Comercial, e em 1941 se criou o Curso Ginasial, que, durante três anos, ficou oficialmente anexo ao Ginásio São José. Em 1947 o Ginásio São Luís passou a ser independente. A história do “São Luís” começou no início da rua Bento Gonçalves. Com o tempo e tomando autonomia, mudou-se para mesma rua, no número 508 (hoje Cruz Vermelha).
Nessa condição de São Leopoldo como polo produtor e irradiador do conhecimento, outras iniciativas se deram em termos de instituições de ensino.
Na seara do catolicismo, outra instituição que teve à frente os padres jesuítas foi o Colégio Cristo Rei. Sua origem está ligada ao Seminário Central, que funcionava no centro de São Leopoldo, ao lado da Igreja Matriz Conceição.
O referido seminário acolhia seminaristas em preparação ao sacerdócio dentro da Companhia de Jesus, vindos de diversas dioceses dos três estados sulinos. Os estudantes frequentavam esse seminário em regime de internato, entre os anos de 1913 e 1956, administrado pelos padres Jesuítas. Devido ao crescente número de seminaristas, havia a necessidade de ampliar o espaço. Decidiu-se construir um novo prédio, fora do centro da cidade. Em 1937, o arcebispo, Dom João Becker, deu licença para os Jesuítas iniciarem o Colégio Máximo no chamado “Campo Grande”, um local descampado nos subúrbios da cidade, acima do cemitério municipal. Vários Irmãos Jesuítas se dedicaram às várias etapas da obra. Em janeiro de 1940 ocorreu o lançamento da pedra fundamental do Colégio, estando já levantados os muros.
No dia 20 de março de 1942 a construção estava quase concluída, e fez-se a mudança dos estudantes jesuítas (filósofos e teólogos, candidatos ao sacerdócio) para o novo Colégio Cristo Rei. No novo colégio, amplo espaço permitia manter pomar, horta, jardim, entre outros ambientes bucólicos e convidativos, propícios para os estudos e as reflexões.
Em março de 1949, a Santa Sé (Roma) concedeu ao Colégio Máximo Cristo Rei a autorização de funcionar como Faculdade, podendo conceder graus acadêmicos. Em março de 1954, ocorreu a instalação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Cristo Rei, no salão nobre do Colégio. Ela foi oficializada pelo governo, graças ao empenho do Pe. Urbano Thiesen. No decorrer dos anos, outros cursos se vincularam a esta Faculdade, dando origem à UNISINOS, fundada em julho de 1969. Vários padres se destacaram na formação dos jovens sacerdotes, como o Pe. João Batista Reus, que morou cinco anos no Cristo Rei.
Fonte: Histórias de São Leopoldo: dos povos originários às emancipações, de Felipe Kuhn Braun e Sandro Blume/ Pesquisa Bado Jacoby
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