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O papel da oposição na política - Por Alexon Gabriel

Não podemos negar que a democracia se desenvolve e procura se manter viva em um cenário dinâmico. E no meio desse sistema onde o pulsar das cidades é moldado pela vontade popular reside o cerne dessa engrenagem complexa, mas essencial: a oposição. Esta, por sua natureza, é muito mais do que um contraponto ao governo atual; ela garante a manutenção e da vitalidade a saúde do sistema democrático.


O início de qualquer gestão governamental é marcado por um otimismo juvenil, quase palpável, uma lua de mel política onde a situação, embalada pelo apoio e esperança de dias melhores, embarca em uma jornada de realizações, reformas, reuniões, análises, selfs, discursos e falas visando sempre deixar a sua marca no corpo frágil e desgastado da cidade. E em São Leopoldo isso não é nem de longe diferente.


Contudo, e devendo seguir esse mesmo ímpeto, é importante não esquecer que na outra ponta reside a necessidade de uma oposição forte que não seja meramente contrária, mas que atue de forma inteligente, propositiva e, acima de tudo, e aqui é o ponto mais importante; seja leal a comunidade que representa. Benjamim Disraeli, estadista britânico, já salientava que nenhum governo pode ser bom por muito tempo sem que haja uma oposição formidável. Seguindo essa linha de pensamento, chegamos à conclusão que a oposição não é apenas um adversário político, mas um fiscalizador essencial dos atos do governo, desempenhando um papel crítico na manutenção de sua integridade e eficácia. Que possamos entender que a oposição não ocupa um espaço de antagonismo por si só, mas de postura e responsabilidade cívica.


Ao participar ativamente da política, seja em defesa das minorias ou maiorias, ela transcende a simples contrariedade para se tornar um instrumento de progresso e aperfeiçoamento. Sendo assim, ser oposição significa abraçar a oportunidade de contribuir para o aprimoramento da gestão pública, mantendo foco no que é melhor para o cidadão. Dito de outra forma, a democracia se fortalece com a oposição que, embora firme em suas convicções, é construtiva em suas ações. É partir da dinâmica que se forja um governo verdadeiramente resiliente, capaz de navegar pelos desafios e de realizar os anseios de sua gente. Não podemos esquecer, lembre-se; ser oposição é um ato de lealdade não apenas a uma ideologia, mas ao próprio coração da democracia. Por outro lado, o jogo é duro e nem sempre tão transparente e leal como profetizam os analistas políticos de mesa de bar.


O que pode ficar evidente ao longo do tempo é que o papel atribuído aos tais representantes do povo fique soterrado pelo peso do ego e pela falta de combatividade eficiente e experiência. E nesse embalo, quando as frutas procuram se organizar em meio ao caos, as ações vão acontecendo do outro lado, sugando as forças e ditando as regras do jogo. Observar os feitos do passado e lançar luz ao mais ínfimo defeito tem sido uma arma eficiente para quem hoje tem a bola e é o dono do campinho. Esse jogo já se mostrou não ser apropriado para amadores. Aqui, o mais ingênuo certamente ficará sentado aguardando, se um dia vier, a hora de entrar em campo. E faltando 5 minutos para terminar a partida não se saberá se fará a diferença.


Alexon Gabriel é jornalista

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