top of page

Os Bragas: banda gaúcha reinventa clássicos de Roberto Carlos com alma e identidade própria

Vocalista Mateus Ribeiro e o baixista Zeca Baronio - Foto: Alexon Gabriel
Vocalista Mateus Ribeiro e o baixista Zeca Baronio - Foto: Alexon Gabriel

Na cena musical brasileira, poucos artistas atravessam gerações com a força e longevidade de Roberto Carlos. E é justamente essa atemporalidade que inspira o trabalho de Os Bragas, banda gaúcha que há mais de uma década presta um tributo criativo e original à obra do "Rei". Em entrevista concedida ao programa Start News, o vocalista Mateus Ribeiro e o baixista Zeca Baronio contaram um pouco da trajetória do grupo e da proposta que os diferencia de outros tributos tradicionais.


“A ideia surgiu há muitos anos, com o nosso parceiro Cris Barba”, relembra Mateus. “A gente começou revisitando aquela fase de ouro do Roberto, especialmente os anos 60 e 70, quando ele ainda era fortemente ligado ao rock e à Soul Music. E percebemos que essas músicas ainda têm uma força absurda. Muita gente redescobre essas canções com a gente.”


Formado por cinco integrantes, além de Matteus e Zeca, a banda também é composta por Cristiano Barba, Kim Souza e Gabriel Klaser, baixo, guitarra, bateria, teclados e voz. Os Bragas se apresentam em diferentes formatos, mas o diferencial está mesmo na abordagem. Longe de imitarem fielmente os arranjos originais, o grupo prefere recriar. “A gente faz versões com a nossa cara”, explica Zeca. “Não é cover, é releitura. A gente respeita demais a obra, mas traz ela para o nosso universo.”, completa.


Segundo Mateus, esse processo exige ousadia e respeito. “É uma cara de pau consciente. A gente mexe nas estruturas, nos arranjos, até em algumas letras, mas sempre com muita reverência à composição original.” O resultado tem sido surpreendente. O público, muitas vezes formado por pessoas que dizem “não gostar de Roberto Carlos”, segundo os artistas, acaba se emocionando com as novas roupagens das músicas. “É muito comum ouvirmos: ‘Cara, eu não sabia que essa música era dele (Roberto Carlos)’ ou ‘Eu não gostava do Roberto, mas adorei o show de vocês’”, conta Mateus. Para ele, isso revela o poder das composições e a importância de atualizá-las sem descaracterizá-las.


Além dos palcos de bares, pubs e festas particulares, Os Bragas também têm marcado presença em grandes eventos públicos, como a São Leopoldo Fest aqui no município. E a interação com o público é parte essencial da experiência. “A gente sente o clima da plateia e adapta o show em tempo real”, diz Zeca. “Se precisa de mais romantismo ou mais energia, a gente muda na hora”, conclui.


A banda também vê seu trabalho como uma forma de educação musical. “Tem gente que nem sabe que o Roberto começou no rock and roll”, comentou Zeca Baronio, que completou lembrando da reação de sua esposa, que inicialmente dizia não gostar do cantor. “Ela foi ao primeiro show, me ouviu ensaiando em casa, e hoje já diz: ‘não sabia que Roberto era tão legal’.”


Além do tributo a Roberto Carlos, os Bragas também abordaram a situação do rock no Rio Grande do Sul, que já foi celeiro de grandes bandas nas décadas de 1980 e 1990. “Tivemos grupos incríveis, como TNT, Cidadão Quem entre outros. Mas hoje, parece que muita banda boa se mantém apenas dentro de seus nichos”, analisa Mateus. Para ele, esse fenômeno tem relação tanto com os ciclos naturais da indústria musical quanto com as barreiras culturais. Ainda assim, a cena segue viva. “Bandas como Cachorro Grande e Vera Loca mantêm essa chama acesa, e há novas bandas surgindo misturando o rock com outras influências contemporâneas”, diz.


Quando o assunto é palco, os desafios se intensificam. Segundo os músicos, há uma escassez de espaços para shows completos, especialmente em cidades do interior. “São Leopoldo, por exemplo, tem menos casas de show. Já Novo Hamburgo tem mais estrutura para bandas se apresentarem”, relatou Mateus. Ele também destacou o impacto da pandemia: “No retorno, houve uma efervescência, com mais gente querendo sair, curtir. Mas hoje, há cidades impondo restrições de horário, o que pode prejudicar ainda mais a cena cultural.”


E a jornada continua. “Nesta quinta-feira, Dia dos Namorados, estaremos na República das Cervejas com um repertório especial, cheio de canções românticas”, anunciou Mateus. Entre Roberto Carlos e Mick Jagger, os Bragas mostram que é possível dialogar com passado e presente, com irreverência, respeito à música brasileira e, principalmente, paixão pelo palco.


Da Redação www.startcomunicacaosl.com.br - Por Mariana Santos - Jornalista MTB 19788


Assista a entrevista completa:


Comentários


1230x1020-START-Me-Leva-Pra-Casa
Técnico em Desenvolvimento de sistemas (1)
START-BANNER-1
Anúncio_1230px-X-1020px
WhatsApp Image 2025-04-10 at 18.55.37.jpeg
bottom of page