Os Quatro Poderes Informais das Ruas - Por Bado Jacoby
- Start Comunicação

- 14 de set.
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Na política, mais especificamente no Rio Grande do Sul, e por extensão natural em São Leopoldo, existe um território que não aparece nos manuais acadêmicos do marketing político, mas que é decisivo em qualquer disputa eleitoral. Quem não souber se movimentar por ele, corre sérios riscos de encerrar a carreira política antes da hora. Falo dos quatro setores populares que moldam, influenciam e, muitas vezes, decidem uma eleição: os times de várzea, as igrejas evangélicas, as escolas de samba e os tradicionalistas.
Não se trata apenas de grupos de lazer, fé ou cultura. São redes de sociabilidade, estruturas de base e de influência direta na vida cotidiana das pessoas. O político que desdenha deles costuma descobrir, da pior forma, que voto se conquista e se perde, tanto no discurso quanto no churrasco de domingo, no culto de quarta-feira, no ensaio de bateria e no galpão crioulo.
Os times de várzea carregam a força da comunidade. Ali se organizam campeonatos, rifas e festas, mas também se constroem lideranças que falam diretamente com centenas de famílias. A bola que rola no campo de terra tem mais impacto do que muitos santinhos impressos.
As igrejas evangélicas são, talvez, a estrutura mais organizada desse conjunto. Pastores e líderes religiosos têm peso na formação de opinião e conseguem mobilizar com rapidez. Não à toa, são cortejados por candidatos de diferentes espectros ideológicos.
As escolas de samba, por sua vez, representam muito mais que carnaval. São espaços de resistência cultural e social, onde cada ensaio é um ato de comunidade e cada desfile é expressão política. Quem chega lá apenas para aparecer em época de eleição é desmascarado no primeiro repique do surdo.
E, por fim, os tradicionalistas: CTGs, piquetes e entidades que preservam a cultura gaúcha. Não é exagero dizer que, no Sul, ignorar esse setor é um erro fatal. Eles mantêm um laço afetivo com a identidade regional que se converte em poder de mobilização.
No fim das contas, esses quatro mundos se conectam em algo maior: a política feita no dia a dia, com proximidade, presença e respeito. Quem entende isso tem meio caminho andado. Quem não entende, fica de fora da festa e, certamente, das urnas em eleições não muito distantes.
Que o "mal entendido" ocorrido no Parque do Trabalhador de São Leopoldo, entre setores da prefeitura Municipal e lideranças tradicionalistas, sirva de lição e alerta, de que existem maneiras e maneiras de lidar com questões com esse povo. As vezes, ter razão, é não ter razão politicamente.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby


































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