PIB do RS cai 5,1% em 2022; estiagem influenciou queda, diz governo

Imagem: reprodução/ RBS TV.

O produto interno bruto (PIB) do Rio Grande do Sul caiu 5,1% em 2022, conforme dados divulgados pelo governo do Estado nesta quinta-feira (23). O índice somou R$ 594,96 bilhões. No mesmo período, o PIB do Brasil cresceu 2,9%.

Segundo o estudo, os impactos da estiagem sobre a agropecuária influenciaram na queda. No ano passado, 418 dos 497 municípios do RS decretaram situação de emergência em razão da falta de chuva.

O pesquisador Martinho Lazzari, do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), afirma que o desempenho indústria e serviços, que subiram 2,2% e 3,7% respectivamente, cobriu parte das perdas do agronegócio. "Como já era esperado, a queda da produção agrícola do estado, ocasionada por forte estiagem, notadamente nos dois primeiros trimestres do ano, acabou por determinar que o PIB gaúcho apresentasse retração em 2022, na comparação com 2021. Por outro lado, indústria e serviços cresceram, compensando, em parte, as perdas na agricultura", diz.

O PIB per capita, ou seja, a divisão da produção total do estado entre cada habitante, foi de R$ 51.701, uma queda de 5,4% na comparação com 2021.

Desempenho por setor

Na agropecuária, soja (-54,3%), milho (-31,6%), fumo (-14,6%) e arroz (-9,7%) puxaram a redução do desempenho do setor. Por outro lado, o trigo, cultivado principalmente no inverno, teve alta de 49% na produção.

A indústria teve bons resultados em todas as atividades. O melhor desempenho foi na construção, com alta de 5,8%. O mercado de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana teve aumento de 5,6% nos resultados.

A indústria de transformação, ramo de maior representatividade no estado, cresceu 0,7%. Entre suas 14 atividades, os setores de máquinas e equipamentos, de veículos automotores e produtos do fumo foram os que tiveram melhor desempenho. Já as produções de químicos, móveis e produtos de metal perderam renda em 2022.

No setor de serviços, seis das sete atividades monitoradas tiveram variação positiva no ano passado. Os serviços de informação cresceram 8,7%, desempenho parecido de outros serviços (8,2%) e comércio (5,3%). A única atividade com variação negativa, de -0,6%, foi a de Administração, educação e saúde públicas.

Dentro do comércio, hipermercados e supermercados, combustíveis, além de outros artigos de uso pessoal e doméstico melhoraram de performance. Já os mercados de veículos e material de construção tiveram redução na atividade comercial.

Fonte: g1