PIB gaúcho deve crescer 4,1% este ano, projeta a Fiergs

Imagem: Tânia Meinerz/ JC.

Mesmo com os impactos das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre, a economia do Estado deverá fechar 2024 com um crescimento de 4,1%, acima da média nacional de 3,2%. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (3) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) no evento "Balanço 2024 & Perspectivas 2025".

A Fiergs também projeta um aumento de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) industrial gaúcho em 2024, um desempenho relevante diante das adversidades enfrentadas ao longo do ano. “Foi um ano difícil, mas estamos superando e avançando após a catástrofe provocada pela enchente no primeiro semestre. Nosso otimismo é baseado em fatos e dados, o Estado vai crescer acima da média do Brasil em 2025, com a boa safra e investimentos que virão”, afirmou o presidente da Fiergs, Claudio Bier.

Perspectivas para 2025

Para o próximo ano, a expectativa é de continuidade na retomada econômica, com previsão de alta de 3,3% no PIB estadual, ante 2,1% na média nacional. A indústria gaúcha deve crescer 3,2%, sustentada tanto pela recuperação das perdas causadas pelas enchentes quanto por uma safra agrícola promissora.

O economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, destacou a resiliência do setor industrial. “A recuperação do setor industrial ocorreu de uma forma bastante positiva nos meses seguintes à enchente de maio. Tivemos diversos segmentos, como móveis, materiais de construção e eletrodomésticos, bastante demandados, o que movimentou a nossa indústria”, disse.

Agropecuária e confiança em alta

Os resultados do primeiro semestre deste ano já sinalizaram a força do setor agrícola no Estado. O PIB gaúcho cresceu 5,4% no período, puxado pela agropecuária, que avançou expressivos 37,6%. A confiança também voltou a crescer, com o Índice de Confiança do Empresário Industrial, calculado pela Fiergs, subindo de 51,1 em outubro para 53,4 em novembro.

Cenário nacional e global

No contexto nacional, o crescimento de 3,2% deve ser impulsionado por setores como a indústria e os serviços, com destaque para o consumo das famílias. Entretanto, para 2025, o avanço deve desacelerar, com projeções de 2,1%.

Globalmente, a recuperação da economia segue moderada, com sinais de desaceleração da inflação e estabilização de preços, mas ainda exige atenção às tensões comerciais e aos preços das commodities.

Alerta sobre inflação

Apesar das boas perspectivas, a Fiergs alerta para o impacto da inflação acumulada, que atingiu 4,8% em 12 meses até outubro, superando a meta do Banco Central. A entidade destacou incertezas sobre a política fiscal e o desempenho da nova direção do Banco Central, que assumirá em dezembro, o que pode influenciar negativamente as expectativas para 2026.