Projeção de inflação para 2025 cai para 4,72%, aponta mercado financeiro

Foto: Marcello Casal

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central mostra que o mercado financeiro manteve estáveis três dos quatro principais indicadores econômicos para 2025: o Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de câmbio e a taxa básica de juros (Selic). A única mudança registrada foi na projeção para a inflação, que recuou de 4,80% para 4,72%.

Essa é a segunda queda consecutiva na expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Há quatro semanas, a previsão era de 4,83%. Mesmo com o recuo, a estimativa para a inflação de 2025 continua acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, entre 1,5% e 4,5%.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação oficial em setembro foi de 0,48%, impulsionada principalmente pelo aumento no preço da energia elétrica. No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,17%.

Vale lembrar que, em agosto, o índice havia sido negativo (-0,14%), caracterizando um cenário de deflação naquele mês. Os preços dos alimentos, por exemplo, caíram pelo quarto mês consecutivo. Em setembro, a queda foi de 0,35%, com impacto de -0,08 ponto percentual no índice geral; em agosto, o recuo havia sido de 0,53%.

Selic permanece estável e pode seguir alta por mais tempo

A taxa Selic, principal ferramenta do Banco Central para controle da inflação, segue projetada em 15% ao ano para 2025, sem alterações há 16 semanas consecutivas. Para os anos seguintes, as projeções indicam quedas: 12,25% em 2026 e 10,50% em 2027.

Apesar da pressão por redução da taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que a Selic deve ser mantida “por período bastante prolongado”, dada a combinação entre incertezas no cenário externo e crescimento moderado da economia

doméstica.

O objetivo da taxa alta é conter a demanda e controlar a inflação, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. No entanto, juros elevados também limitam o crescimento da economia, já que desestimulam o consumo e os investimentos.

PIB: projeções seguem estáveis para 2025 e 2026

O mercado manteve a projeção de crescimento do PIB em 2,16% para 2025, pela quinta semana seguida. Para 2026, a expectativa é de alta de 1,80%, também estável há quatro semanas.

Já para 2027, houve uma leve revisão para baixo: a estimativa caiu de 1,90% para 1,83% na última semana.

As expectativas para o dólar ao final de 2025 também caíram: passaram de R$ 5,50 para R$ 5,43 nas últimas quatro semanas. Para 2026, é a terceira semana seguida de recuo nas projeções, atualmente em R$ 5,48. Já para 2027, a estimativa é de que o dólar feche o ano cotado a R$ 5,51, abaixo dos R$ 5,60 projetados há um mês.

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Fonte: Agência Brasil