Quando a ausência chama mais a atenção do que a presença - Por Bado Jacoby
- Start Comunicação

- há 50 minutos
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Há situações na política que dizem muito mais pelo que não acontece do que pelo que acontece. A reinauguração do Museu do Trem, um dos patrimônios culturais mais emblemáticos de São Leopoldo, revelou uma dessas cenas silenciosas e, ao mesmo tempo, que falam muito.
Com exceção da vice-prefeita e titular da Sedettec, Regina Caetano, e do ouvidor-geral do município, Victor Hugo Carvalho e Claudio Giacomini, secretário de Proteção animal, nenhum outro representante do primeiro escalão apareceu. Uma ausência que não passou despercebida por quem acompanhou o evento. Sem contar, o não comparecimento de nenhum vereador ou vereadora, nem mesmo, os do próprio partido do secretário Geison Freitas.
A leitura que fica é simples, dura e recorrente: sem a “torre” do Paço Municipal observando e presente, a grande maioria perde o "entusiasmo" com as causa e feitos do governo.
Isso revela algo preocupante: parte significativa das presenças em eventos públicos parece ser movida mais pela conveniência da fotografia do que pelo compromisso com o governo ou, sobretudo, com a cidade. Os cargos viraram, para alguns, vitrines e não instrumentos de gestão.
A reinauguração do Museu do Trem merecia mais. Não apenas pela simbologia histórica, mas porque representou esforço coletivo, recursos públicos, articulação institucional e diálogo com a comunidade ferroviária. Um governo engajado prestigia sua própria obra, mesmo quando o prefeito ou a primeira-dama não estão presentes.
A política municipal, já tão abatida pelo desgaste nacional, não precisa de mais sinais de descompromisso. Secretários e servidores de confiança deveriam ser os primeiros a demonstrar que o governo funciona mesmo quando o prefeito viaja. Deveriam ser presença constante, não apenas quando há câmeras ou quando a presença agrade aos chefes.
Se a ausência se repetir, o que estará em jogo não será apenas a imagem da gestão, mas a própria credibilidade de quem a compõe. Porque, na política, assim como na vida, presença importa, e ausência também diz muito.

Bado Jacoby, é apresentador e repórter da Start Comunicação































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