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RS tem redução de homicídios e feminicídios, mas aumento de latrocínios em agosto


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Imagem: Eduardo Paganella/ RBS TV.

O Rio Grande do Sul tem mais um mês com redução em indicadores como homicídio e feminicídio. A queda é de 24,5% nos assassinatos em geral, enquanto as mortes de mulheres em contexto de gênero caíram pela metade. Por outro lado, os latrocínios – que são os casos de roubos com morte – tiveram aumento de três para cinco registros, o que representa elevação de 66,7%. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (14) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado.

Assim como em julho, agosto manteve a tendência de redução dos homicídios. No mês, foram registrados 123 casos no Rio Grande do Sul – em igual período do ano passado tinham sido 40 vítimas a mais (163 assassinatos). Em Porto Alegre, os homicídios também apresentaram redução de 38,5%, com 10 mortes a menos – de 26 para 16.


"O trabalho de investigação eficaz, aliado ao serviço de inteligência da Polícia Civil, auxiliam na prevenção e repressão desse tipo de crime", diz o chefe da corporação, delegado Fernando Sodré sobre a redução.


Um dos casos registrados na Capital em agosto foi o assassinato de uma adolescente de 14 anos, no bairro Passo das Pedras. Outro episódio foi a morte do cadeirante Carlos José Canabarro da Silva, de 35, o Zezé, alvejado com uma sequência de disparos enquanto acompanhava o jogo de futebol que ocorria numa quadra de esportes na Avenida Sertório, no bairro Sarandi.


Nesses dois casos, a investigação da Polícia Civil aponta para suspeita de envolvimento de organizações criminosas. A maior parte dos assassinatos, segundo o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza, ainda está ligada ao crime organizado, seja por disputas entre grupos criminosos ou outros reflexos do tráfico de drogas. No início de agosto, reportagem de GZH mostrou que oito a cada 10 homicídios registrados na Capital estão nesse contexto do crime organizado.


"A redução é muito forte em Porto Alegre, e é uma redução consolidada, que vêm se mantendo nos últimos meses. Em Canoas, também tivemos queda. É algo positivo. Mas claro que não podemos descuidar do nosso planejamento técnico e científico. A maior parte das pessoas que morrem e matam, quase 80%, são do crime organizado. Isso não quer dizer que essas mortes não importem, pelo contrário, saber onde elas acontecem nos permite enfrentar esse tipo de crime e impedir que ocorram", afirma Souza.


Entre as medidas adotadas, em conjunto com a Brigada Militar e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), com este objetivo, estão a saturação das áreas onde ocorrem os homicídios, a identificação de executores, mas também das lideranças que ordenaram as mortes, revistas em celas e responsabilização dos envolvidos. As transferências dos líderes dentro do Estado ou mesmo para penitenciárias federais também são formas de impactar nas ações dos grupos envolvidos nos assassinatos.


"Todas as equipes do DHPP não encerram inquérito sem ter ao menos investigado por um período considerável a liderança da área onde aconteceu a morte. Da mesma forma, a BM e a Susepe trocam informações constantes com inteligências. O crime organizado tem sentido o prejuízo de cada morte que ordena", diz Souza.


Queda de feminicídios


Os assassinatos de mulheres em contexto de gênero também tiveram queda no RS em agosto. Foram quatro registros, enquanto no mesmo período do ano passado tinham sido oito mortes.


Quando se olha o acumulado do ano, de janeiro a agosto, também percebe-se uma diminuição em comparação com 2022. Neste ano, somam-se 57 feminicídios até o fim de agosto, enquanto no mesmo período do ano passado tinham sido 20 a mais.


Entre as medidas apontadas pela SSP como relevantes para reduzir esse tipo de crime, considerado como de difícil enfrentamento, está a implantação do projeto de monitoramento de agressores com uso de tornozeleira eletrônica. O programa teve início em junho, na Capital, e deve ser expandido para todo o Estado com a instalação de 2 mil equipamentos.


Atualmente, 32 agressores são monitorados com tornozeleira, sendo 13 em Porto Alegre, 15 em Canoas, na Região Metropolitana, e dois em Pelotas, no Sul do Estado.


"As forças de segurança mantêm um conjunto de ações integradas e estratégicas para coibir o feminicídio em solo gaúcho. Garantir a segurança das mulheres é garantir a segurança da sociedade como um todo", afirma o secretário de Segurança, Sandro Caron.


A Polícia Civil mantém 21 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e 78 Salas das Margaridas no Estado. Já a Brigada Militar atende 114 municípios gaúchos com as Patrulhas Maria da Penha.


Assaltos com morte aumentam


Na contramão dos homicídios, os roubos com morte tiveram elevação no mês de agosto no Estado. Foram cinco casos registrados, enquanto no mesmo período do ano passado tinham sido dois.


Um dos latrocínios que aconteceu na Capital foi a morte de Guilherme Alfredo Alves Horn, de 22 anos. Segundo a SSP, o crime está elucidado e com um preso.


No início da noite de 1º de agosto, o jovem foi morto a tiros na zona norte de Porto Alegre. De acordo com a polícia, naquela tarde, Horn foi visitar um amigo, que mantém uma loja de roupas em Cachoeirinha. Pouco antes de o jovem sair do local, o estabelecimento recebeu um pedido, que deveria ser entregue na Rua Alcântara, no bairro Santa Rosa de Lima, e Horn se ofereceu para ajudar.


"Ele morava perto do local de entrega e se ofereceu para levar as roupas, para o amigo não precisar chamar um motoboy, um motorista de aplicativo. Quando chegou no local combinado, foi abordado por um homem que perguntou se ele era da loja, disse que sim. O criminoso deve ter anunciado o assalto e parece que a vítima arrancou o carro. Logo depois se ouve os tiros. O jovem estava no telefone com o amigo, que ouviu os disparos", explicou o delegado Cesar Carrion.


Outro caso de latrocínio aconteceu em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Roque Winter, de 66 anos, foi assassinado a tiros na tarde de 19 de agosto. O idoso estava em frente ao Residencial Jardim Alegre, na rua Alfredo Marotzki, no bairro Canudos, quando foi abordado por dois homens em uma moto que anunciaram o assalto. Ele tentou reagir e foi alvejado com disparos no pulmão e no ombro. Segundo os dados da SSP, neste caso, dois suspeitos foram presos.


Os demais registros de assalto com morte aconteceram em Viamão, na Região Metropolitana, em Camaquã, no Sul do RS, e em Caxias do Sul, na Serra.


Roubos de veículos caem

Outro indicador que manteve a redução foi o de roubos de veículos. A diminuição é de 20% em comparação com o mesmo período do ano passado, com 285 registros em agosto de 2023. Os números também caíram em Porto Alegre, onde foram registrados 123 roubos de veículos, enquanto tinham sido 155 no mesmo mês de 2022 – queda de 20,6%.


Algumas estratégias são apontadas como essenciais para a redução desses indicadores, como a realização de ações integradas, uso de inteligência, mapeamento dos casos, emprego do cerco eletrônico e saturação dos locais de risco, com barreiras e abordagens.


"A presença constate de policiais militares em todo o Estado, em especial, nos locais de maior incidência desse crime, inibe a atuação de criminosos, resultando na redução dos índices criminais", afirma o comandante-geral da Brigada Militar, o coronel Cláudio Feoli.


Segundo o diretor da Divisão de Investigação Criminal do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Eibert Moreira Neto, a partir da análise das estatísticas dos roubos de veículos na Capital foi possível apontar que a Zona Norte possui a maior concentração desse tipo de crime não só na cidade, mas em todo Estado. Com isso, em Porto Alegre, houve mudança na estratégia de combate aos roubos de veículos neste ano em parcerias entre a Polícia Civil, BM e Instituto-Geral de Perícias.


"Nós resolvemos direcionar os nossos esforços para que conseguíssemos reduzir efetivamente aquela concentração de roubos de veículos. Porto Alegre já vem apresentando uma redução histórica, desde o ano de 2018. Nós precisávamos apresentar um trabalho que resultasse numa redução mais significativa no local mais problemático", explica Eibert.


O Deic passou a registrar em sua sede todas as ocorrências da Zona Norte da Capital, assim como os flagrantes dos suspeitos desses crimes. As perícias dos veículos apreendidos – recuperados de roubos – também passaram a ser realizadas no local.


"Os veículos que são objeto de roubo, o roubo é um delito que deixa vestígio. Nós isolamos esse veículo na nossa sede, estabelecemos um local apropriado para que este veículo tenha os vestígios deixados preservados, para então a equipe do IGP vir até o Deic e fazer as coletas de perícias necessárias para que seja possível a identificação da autoria desse crime. Nós conseguimos com isso expandir, ampliar, o número de pessoas identificadas por cometer esses roubos", afirma o delegado.


O próximo passo, segundo o diretor de investigações, é ampliar a troca de informações com o policiamento de municípios da Região Metropolitana, como Alvorada, Gravataí e Canoas. Em muitos casos, os ladrões de veículos que atuam nessas cidades são os mesmos identificados em roubos na Zona Norte. Da mesma forma, essas cidades são usadas como trajeto de escoamento dos automóveis levados.


"Queremos levar ao poder público municipal e estadual a necessidade de se investir especialmente no cercamento eletrônico. Para que esses municípios interajam com o Estado, com intuito ampliar a rede de cercamento eletrônico, que é uma estratégia muito eficaz no combate aos roubos de veículos", diz o delegado.


Fonte: GZH

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