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Senador Davi Alcolumbre empregou funcionárias fantasmas em esquema de rachadinha por 5 anos


Presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre. | Imagem: Roque de Sá/Agência Senado.

Reportagem da revista "Veja" divulgada nesta sexta-feira (3) relata que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) empregou servidoras fantasmas em seu gabinete por 5 anos em um esquema de rachadinha.


A rachadinha é uma prática irregular. Ocorre, por exemplo, quando um parlamentar contrata uma pessoa para trabalhar em seu gabinete e , em troca, diz que vai recolher parte do salário que, oficialmente, o servidor ganharia. Na prática, a maior parte do salário fica com o parlamentar.

Alcolumbre é atualmente o presidente da Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a mais poderosa da Casa. De fevereiro de 2019 a fevereiro de 2021, ele foi presidente do Senado.


Nos últimos meses, ele tem aparecido no noticiário de política por estar se recusando a marcar na CCJ a sabatina de André Mendonça, indicado do presidente Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina na CCJ é etapa indispensável para a confirmação da indicação. Mas Alcolumbre quer desgastar o nome de Mendonça, o que colocou o senador como um dos principais rivais do bolsonarismo no momento.


Em nota divulgada após a publicação da reportagem, Alcolumbre negou denúncias de rachadinha e disse que a prática de confiscar salário de servidores é "repudiável".


"Sou surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e até mesmo o repudiável confisco de salários. Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem", escreveu Alcolumbre.


Rachadinha


A "Veja" ouviu seis mulheres que dizem ter participado de um esquema de rachadina no gabinete de Alcolumbre. Elas relatam que receberam a proposta de trabalhar com o parlamentar, mas que deveriam ceder grande parte do salário. Fazia parte do acordo também que elas não dissessem que trabalhavam no Senado.


São mulheres humildes, de regiões periféricas do Distrito Federal. À revista, elas contaram que aceitaram a proposta, porque precisaram do dinheiro, mas que agora se arrependeram. Elas nem precisavam ir ao Senado. À revista, elas admitiram que nunca trabalharam de fato.


De acordo com a "Veja", o esquema começou em janeiro de 2016 e foi até março de 2021. As mulheres que fazem a denúncia não trabalham mais com o senador. A "Veja" afirma que Alcolumbre desviou com as rachadinhas pelo menos R$ 2 milhões.


Uma das ex-servidoras disse que o próprio Alcolumbre falou que ela não tinha qualificação para a vaga, já que não tinha curso superior, mas que ele a contrataria para ajudá-la.


Outra relata que é funcionária de uma fazenda, no entorno do Distrito Federal, e que, enquanto trabalhava com o senador, recebia também o Bolsa-Família.


Como funcionava


As ex-servidoras contaram que a equipe do senador abria uma conta no banco para elas receberem o salário e que o cartão da conta e a senha ficava com os auxiliares do senador.


Segundo a revista, extratos bancários mostram que, no dia em que o salário caía na conta, era rapidamente sacado.


Apenas uma das servidoras fantasmas disse que não concordou em ceder o cartão e a senha para a equipe do senador.


A revista relata também que verbas rescisórias e benefícios a que as funcionárias tinham direito ficavam também com a equipe do senador.


Duas delas, de acordo com a "Veja", estão processando Alcolumbre porque foram demitidas enquanto estavam grávidas.


O que diz o senador


Veja a íntegra da nota divulgada por Alcolumbre:


Venho sofrendo uma campanha difamatória sem precedentes. Há algumas semanas soltei nota à imprensa informando que não aceitaria ser ameaçado, intimidado e tampouco chantageado. Pois bem, além de repetir firmemente o mesmo posicionamento, acrescento que tenho recebido todo tipo de "aviso", enviado por pessoas desconhecidas, que dizem ter informações sobre uma orquestração de denúncias mentirosas contra mim.


Primeiro, fui acusado de ser um intolerante religioso (um judeu contra um evangélico), depois um áudio, de quase 10 anos atrás, foi divulgado em uma narrativa venenosa e maldosa de algo que nunca aconteceu.


Na sequência, uma operação da Polícia Federal, iniciada em 2020 e com desdobramentos somente agora, em vários estados, onde apenas um nome foi citado e amplamente divulgado: o meu. Operação na qual não sou investigado.


Agora, novamente, sou surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e até mesmo o repudiável confisco de salários.


Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem.

Tomarei as providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos.


Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar meu nome a qualquer irregularidade.


É nítido e evidente que se trata de uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal.


Davi Alcolumbre

Senador da República


Fonte: g1


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