Setor empresarial e poder público leopoldense não estão dando a atenção necessária para a reforma tributária
- Start Comunicação

- 29 de set.
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A criação de um sistema unificado para emissão de notas fiscais, dentro da Reforma Tributária, promete simplificar a vida das empresas, reduzindo a burocracia e centralizando a cobrança e apuração de tributos. Contudo, por trás desse avanço na desburocratização, está uma mudança que pode representar perdas significativas para municípios com perfil econômico industrial, como São Leopoldo.
O novo modelo estabelece que o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) será repartido entre estados e municípios com base no consumo final, deixando de privilegiar o local de produção. Na prática, regiões mais populosas, de maior consumo e com menor produção industrial tendem a ser beneficiadas. Já cidades industriais e exportadoras, que sempre dependeram fortemente da arrecadação oriunda da produção, podem sofrer quedas expressivas na receita.
São Leopoldo, reconhecida como um dos principais polos industriais do Rio Grande do Sul, concentra parte relevante de sua economia na indústria e em atividades de base produtiva. Com a nova lógica da arrecadação, o município pode ver parte dos investimentos realizados nas últimas décadas voltados à expansão industrial e ao aumento da produtividade local perderem efeito prático, já que a arrecadação deixará de ser garantida pela produção.
Esse cenário levanta um sinal de alerta: para não ver sua receita comprometida, São Leopoldo precisará buscar alternativas de compensação, como a diversificação da matriz econômica, revisão de políticas fiscais, corte de custos e ganhos de eficiência na gestão de recursos públicos. Caso contrário, o risco é de estagnação econômica e de enfraquecimento de sua capacidade de investimento.
Embora a reforma traga avanços em termos de unificação e simplificação tributária, é fundamental que cidades com perfil semelhante ao de São Leopoldo se organizem desde já para enfrentar os possíveis impactos negativos, defendendo ajustes no modelo de transição e planejando estratégias que preservem seu desenvolvimento.
Perfil econômico de São Leopoldo
PIB per capita (2021): R$ 45.159,57
Participação no PIB do RS: cerca de 1,87%, o que coloca a cidade como a sétima maior economia do Estado
Composição do PIB local: Indústria representa 30,1% do valor adicionado, serviços 53% e administração pública 16,8%
Esses números mostram a relevância de São Leopoldo no cenário econômico gaúcho e, ao mesmo tempo, evidenciam o risco que a cidade pode enfrentar. Municípios industriais, que investiram ao longo dos últimos anos na expansão produtiva e aumento da renda per capita, poderão perder parte significativa de sua arrecadação.
Poucas ações e debates sobre o assunto são preocupantes
Apesar da gravidade do tema, chama a atenção a falta de mobilização das entidades empresariais e representativas locais, assim como do próprio governo municipal, diante de uma mudança que redesenhará de forma profunda o perfil tributário de São Leopoldo, com reflexos diretos na arrecadação do município. Até o momento, não se observam ações concretas de articulação política ou de busca por alternativas frente à reforma. O risco é que, enquanto outras cidades se antecipam e buscam garantir salvaguardas, São Leopoldo e seus agentes econômicos permaneçam em uma passividade perigosa, correndo sério risco de perder competitividade e receita sem estar preparada para reagir.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby


































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