Vacina 100% brasileira contra a Covid-19 tem primeiros resultados publicados

Foto: Agência Gov | Via MCTI

O Brasil alcançou um marco inédito na ciência e tecnologia em saúde com a publicação do primeiro artigo científico sobre os testes de segurança da vacina SpiN-Tec, o primeiro imunizante 100% nacional contra a Covid-19. O desenvolvimento foi financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que investiu R$ 140 milhões por meio da RedeVírus, apoiando todas as etapas — dos ensaios pré-clínicos às fases clínicas 1, 2 e 3.

Desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), a SpiN-Tec representa um avanço significativo para a soberania científica nacional. Os recursos vieram do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pela Finep.

Ao contrário das vacinas tradicionais que estimulam a produção de anticorpos, a SpiN-Tec adota uma abordagem baseada na imunidade celular. Essa estratégia treina o sistema imunológico a reconhecer e eliminar células infectadas, mesmo quando a infecção ocorre. Esse método se mostrou mais eficaz contra variantes da Covid-19 em testes com animais e nos dados preliminares com humanos.

“A SpiN-Tec oferece uma imunidade mais ampla e duradoura, capaz de responder a diferentes variantes do vírus. Se os resultados forem confirmados nas próximas fases, isso pode representar uma mudança no conceito de imunização contra a Covid-19”, destaca o pesquisador Helton Santiago.

Fases dos testes clínicos

Na fase 1, participaram 36 voluntários, com idades entre 18 e 54 anos. O objetivo foi avaliar a segurança da vacina em três dosagens diferentes: 20, 60 e 100 microgramas. Segundo Santiago, todas as doses foram seguras, e a intermediária foi escolhida para a etapa seguinte.

Já a fase 2 contou com 320 voluntários, e a equipe aguarda autorização da Anvisa para iniciar a fase 3, que prevê a participação de 5,3 mil voluntários de todas as regiões do país.

O interesse da população tem sido alto: mais de 1,7 mil pessoas se inscreveram para participar dos estudos. “Isso mostra a confiança dos brasileiros na ciência feita aqui, especialmente no CTVacinas da UFMG”, comenta o pesquisador Gregório Almeida.

Avanço para a soberania científica nacional

A SpiN-Tec é a primeira vacina 100% brasileira a chegar à fase de estudos clínicos completos. Segundo Almeida, esse avanço marca um ponto de virada para a ciência nacional:

“É a primeira vez que conseguimos realizar um ensaio clínico de fase 1 no Brasil com uma vacina desenvolvida integralmente aqui. Antes, essa etapa sempre era feita no exterior. Isso representa um passo importante para a autonomia do país na produção de imunobiológicos”, afirma.

Para o coordenador-geral de Ciências da Saúde, Biotecnológicas e Agrárias do MCTI, Thiago Moraes, o projeto reforça o papel estratégico da ciência nacional:

“O ministério tem a responsabilidade de garantir os recursos para que o Brasil não apenas desenvolva, mas também avance com autonomia em todas as etapas regulatórias. Isso assegura nossa soberania tecnológica na área da saúde e da biotecnologia.”

Da redação da Start Comunicação: www.startcomunicacaosl.com.br

Fonte: Agência Gov