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Câncer: vacina pronta para uso mostra bons resultados iniciais


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Uma vacina experimental contra o câncer apresentou bons resultados em testes iniciais com pacientes com câncer de pâncreas e colorretal, dois dos tipos mais difíceis de tratar.

Desenvolvida para estimular o sistema imunológico a atacar mutações específicas do gene KRAS, a ELI-002 2P é considerada uma “vacina pronta para uso”. Diferente de terapias que precisam ser personalizadas para cada paciente, ela é produzida de forma padronizada, sem o processo demorado e complexo de criar uma fórmula exclusiva para cada caso.


O estudo, publicado nessa segunda-feira (11/8) na revista Nature Medicine, acompanhou 25 pessoas que haviam passado por cirurgia para tratar o câncer e apresentavam sinais de doença residual mínima ou traços de DNA tumoral no sangue, o que normalmente indica risco de recidiva.

Ao longo de aproximadamente 20 meses de acompanhamento, 84% dos participantes desenvolveram células T específicas para o KRAS, e muitos permaneceram livres da doença.


“Este é um avanço empolgante para pacientes com cânceres induzidos por KRAS, particularmente câncer de pâncreas, onde a recorrência após o tratamento padrão é quase certa e as terapias eficazes são limitadas. Observamos que os pacientes que desenvolveram fortes respostas imunológicas à vacina permaneceram livres da doença e sobreviveram por muito mais tempo do que o esperado”, afirmou o oncologista Zev Wainberg, da Universidade da Califórnia, em comunicado.


Como a vacina funciona?


O imunizante utiliza uma tecnologia que leva antígenos diretamente aos gânglios linfáticos, onde as respostas imunológicas são ativadas. Diferente de terapias que exigem adaptações individuais, essa abordagem permite a produção padronizada e potencial acesso mais rápido.

Segundo os pesquisadores, cerca de 25% dos tumores sólidos têm mutações no KRAS, responsável por aproximadamente 90% dos cânceres de pâncreas e metade dos casos de câncer colorretal. A vacina busca treinar o organismo para reconhecer e destruir células com essa alteração genética.


Em alguns pacientes, biomarcadores associados ao tumor chegaram a ser completamente eliminados. Além disso, 67% apresentaram respostas imunes a outras mutações ligadas ao câncer, o que pode indicar ação mais ampla do que o esperado.



Próximos passos


Embora o estudo tenha sido pequeno e em estágio inicial, os especialistas estão otimistas. “O direcionamento do KRAS tem sido considerado há muito tempo um dos desafios mais complexos na terapia do câncer. A vacina mostra que é possível treinar o sistema imunológico de forma segura e eficaz para reconhecer e combater essas mutações”, destacou Wainberg.


Os pesquisadores já concluíram a inscrição para um ensaio clínico de Fase 2, que testará uma versão mais avançada da vacina, com alvo em um conjunto maior de mutações do KRAS.

Especialistas reforçam que estudos maiores e de longo prazo serão necessários para confirmar o potencial do imunizante e avaliar o uso combinado com outras terapias.


Fonte: Portal Metrópoles

Foto: Divulgação

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