Desfecho da CEI do Barco Escola pode criar uma crise desnecessária entre base na Câmara e Paço Municipal
- Start Comunicação

- 22 de set.
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SÃO LEOPOLDO: o encerramento da Comissão Especial de Inquérito (CEI), criada para apurar possíveis irregularidades no projeto e na construção do barco-escola Peixe Dourado, e que teve seu penúltimo capítulo na manhã da última sexta-feira (19), criou um cenário de tensão que coloca o governo municipal diante de uma crise interna em sua base de apoio na Câmara Municipal, totalmente desnecessária.
Na sessão de leitura e deliberação do relatório, ficou evidente a divisão entre os integrantes da comissão. O vereador Geison Freitas (PDT), vice-líder do governo na Câmara e reconhecido pela lealdade e defesa constante do prefeito e da administração municipal, apresentou um adendo ao relatório. No entanto, sua proposta não foi aceita pelo relator titular, vereador Alexandre Silva (PL), o que gerou forte desconforto dentro da própria base governista, principalmente na bancada do PDT.
O relatório final será votado em sessão extraordinária, já convocada para o dia 23 de setembro, às 15h, pela presidente da Câmara, Iara Cardoso (PDT). A votação pode se transformar em algo muito desconfortável para a bancada trabalhista. Com certeza, muitas reuniões serão realizadas de hoje até terça-feira, dia da votação.
A postura de Geison Freitas, que apresentou um adendo ao relatório, segundo ele fundamentado juridicamente e com racionalidade, indica que dificilmente recuará em sua posição. Isso coloca o governo municipal diante de um impasse delicado, pois abre espaço para questionamentos sobre a articulação política e a habilidade de condução do processo.
É fato posto e agora confirmado que esta CEI deveria, ou pelo menos poderia, esperar um pouco mais para ser realizada. A movimentação do vereador Anderson Etter (PT), maior alvo da CEI, que antes da implantação da mesma levou o caso ao Ministério Público, deveria ter sido um alerta para repensar a estratégia da comissão.
Recuar naquele momento não seria uma derrota, mas sim uma ação de prudência e preservação. Esperar a manifestação do Ministério Público poderia ser a grande munição para os idealizadores da CEI, caso fossem apontadas irregularidades. A partir desse fato concreto e com a legitimidade do MP, então sim, a abertura da comissão teria justificativa e munição letal contra o governo anterior e o idealizador do barco-escola Peixe Dourado.
A certeza que fica é de que a torre do Paço Municipal vai precisar de muita habilidade e prudência, principalmente para não transformar a expectativa de um desgaste da oposição e de um de seus principais agentes em um tiro no pé do próprio governo municipal. A base na Câmara de Vereadores não vai resolver esse problema sozinha. Retaliar é atirar querosene no fogo. Os(as) sábios(as) sabem disso desde sempre.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby


































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