São Leopoldo: ecumenismo e tolerância marcam evento Umbandista e de Cultos Afro-Brasileiros
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- 23 de ago.
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SÃO LEOPOLDO: o Ginásio Municipal de São Leopoldo recebeu, neste sábado (23), o Festival Estadual "O Baobá Sagrado da Umbanda e de Cultos Afro-Brasileiros do Rio Grande do Sul", que reuniu mais de mil pessoas em um encontro marcado por fé, confraternização e tolerância religiosa.
O festival também se consolidou como espaço de confraternização entre diferentes tradições religiosas, recebendo representantes católicos, luteranos, evangélicos e de outras crenças, que se uniram em um gesto de reconhecimento e respeito à Umbanda e aos cultos afro-brasileiros.
Entre cânticos, celebrações e trocas de saberes, o evento mostrou que a Umbanda não é apenas uma religião: é herança cultural, é resistência, é ponte de diálogo e é também celebração da vida. Em tempos de desafios, o Festival Baobá reforçou a mensagem de que a fé e o amor podem se transformar em ferramentas de inclusão, respeito e unidade entre os povos.
Idealizado pelo pai Alexandre de Ogum, diretor da Casa de Cultura Aruanda, e pelo pai Daniel de Xangô, conselheiro-geral do Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros, o evento reafirmou a importância da Umbanda como expressão espiritual, cultural e social. Mais do que um encontro religioso, o festival simbolizou a resistência e a vitalidade das práticas afro-brasileiras, que ao longo dos séculos enfrentaram preconceitos, mas seguem vivas como fonte de identidade e pertencimento para milhares de pessoas.
Ecumenismo e tolerância marcaram a tarde noite do Festival Baobá

A primeira-dama de São Leopoldo e também secretária Municipal de Ação social, Simone Dutra, que esteve presente, declarou que foi uma alegria participar do evento. Simone que é evangélica, considera fundamental garantir, que a fé seja uma das maiores expressões da liberdade humana. Cada pessoa tem o direito de viver e manifestar sua espiritualidade da forma que sente em seu coração.
Infelizmente, ainda convivemos com a intolerância religiosa e isto precisa ser combatido sempre. A diversidade de crenças faz parte da nossa identidade como povo brasileiro, e é justamente essa pluralidade que nos torna mais fortes, afirmou Simone.
A primeira-dama considera que católicos, evangélicos, espíritas, umbandistas ou qualquer outra fé ou crença, precisam ter a compreensão de que todos somos irmãos e irmãs, filhos da mesma humanidade, que busca caminhos de esperança, paz e amor.
O que nos une, deve sempre ser maior do que aquilo que nos separa. E a intolerância jamais pode ser um caminho, porque o respeito é a ponte que constrói convivência, harmonia e justiça. Declarou Simone Dutra.

Já o Reverendo Luterano Ari Fialho, que também esteve presente no evento, também se declarou entusiasmado em participar de um Festival tão rico em religiosidade e com cultura secular com tanta representatividade. O Reverendo se declara um ecumênico e que busca na confraternização com outras religiões e crenças, o caminho para um mundo mais tolerante e justo. Ari Fialho lembra que um pulso ou mão fechada, não abre a possibilidade para a verdadeira fé que precisa ser tolerante e de amor ao próximo.
Mostra de cultura e arte afro-brasileira

Um dos pontos altos do Festival, foi a presença expressiva de expositores que trouxeram produtos ligados à Umbanda e às culturas afro-brasileiras. Entre eles esteve Lizandra Machado, de Canoas, criadora da marca Lili Arteira, que comemorou a oportunidade de participar do evento. Para ela, encontros como este, além da celebração cultural e religiosa, também representam um espaço para artistas e artesãos mostrarem seu trabalho e conquistarem novos públicos.
Lisandra trabalha com imagens em gesso, especialmente peças que remetem à cultura afro-brasileira. Um dos destaques de seu estande foram as tradicionais peças namoradeiras, que têm origem em Minas Gerais e são reconhecidas pela beleza e simbolismo. Muito procuradas pelos visitantes, elas ajudaram a compor o ambiente de diversidade e valorização da arte popular que marcou o festival.
De acordo com Lisandra, o evento foi uma vitrine fundamental para artistas independentes, além de reforçar a importância da economia criativa vinculada às tradições afro-brasileiras. “Esses espaços nos fortalecem e nos permitem mostrar a riqueza da nossa arte, que também é um instrumento de identidade e resistência cultural”, afirmou.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby































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