Expointer 2025 movimentou o Parque Assis Brasil em Esteio
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- 11 de set.
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O Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, abriu oficialmente seus portões para receber a 48ª edição da Expointer, considerada a maior feira agropecuária da América Latina e uma das mais importantes do mundo. O evento é uma verdadeira vitrine do agronegócio, reunindo inovação, negócios, cultura, gastronomia e tradição gaúcha em um mesmo lugar. Ao longo dos nove dias de programação, o público pode acompanhar mais de 400 atividades e atrações que foram desde julgamentos de animais, leilões, lançamentos tecnológicos, palestras e seminários, até espetáculos artísticos, provas esportivas e exposições culturais. A Expointer, além de ser um ponto de encontro entre produtores, empresários, investidores e consumidores, também é uma grande celebração das raízes do Rio Grande do Sul e da força do setor agropecuário.
Pavilhão do Artesanato do RS valorizou talentos locais na Expointer
Entre os espaços de destaque teve a Exposição de Artesanato do Rio Grande do Sul (Expoargs) que esse ano se chamou Pavilhão do Artesanato do Rio Grande do Sul, considerada a feira mais representativa para os artesãos gaúchos. Realizada anualmente dentro da Expointer e coordenada pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), a mostra reuniu trabalhadores cadastrados e assistidos pelo Programa Gaúcho do Artesanato (PGA), que têm a oportunidade de apresentar e comercializar suas criações para um público diversificado, incluindo visitantes de todo o Brasil e também do exterior.
O Pavilhão do Artesanato teve como principal objetivo valorizar a produção artesanal local, garantindo visibilidade a peças confeccionadas com matérias-primas típicas, como lã crua, couro, madeira e metal. Cada produto carregava não apenas a identidade cultural de quem o produziu, mas também a história e as tradições das diferentes etnias que formaram o povo gaúcho. O espaço se consolidou, assim, como um importante elo entre o trabalho manual, a preservação da cultura regional e a geração de renda para milhares de famílias. Mais do que um ponto de vendas, o Pavilhão representou um palco de reconhecimento e fortalecimento da atividade artesanal, mostrando que o artesanato também foi uma forma de manter vivas as tradições, ao mesmo tempo em que abriu espaço para novas técnicas e tendências.
De acordo com o diretor-presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), José Scorsatto, o trabalho artesanal na Expointer daquele ano trouxe novidades importantes. Além da já tradicional exposição e comercialização de peças de artesanato no interior do pavilhão, o público que circulou pelo Parque de Exposições Assis Brasil pôde acompanhar, em tempo real, parte do que aconteceu lá dentro. Para isso, telões foram instalados em diferentes pontos do evento, transmitindo imagens e destacando o talento e a criatividade dos artesãos. Segundo Scorsatto, a iniciativa buscou ampliar a visibilidade do trabalho realizado no espaço, tornando-o mais atrativo para os visitantes. “Queríamos que quem passasse pela feira percebesse a riqueza e a diversidade da produção artesanal. Ao mostrar esse movimento para o público externo, acreditávamos que despertaríamos a curiosidade das pessoas, estimularíamos a entrada no pavilhão e, consequentemente, impulsionaríamos as vendas”, destacou.
Feira da agricultura familiar e a exposição de animais celebraram as tradições na Expointer
Outro atrativo da Expointer foi a Feira de Agricultura Familiar, reconhecida como um espaço que valorizava e fortalecia a produção da culinária colonial gaúcha. O visitante encontrava uma verdadeira mostra da tradição do campo transformada em sabores: pães artesanais de receitas passadas de geração em geração, bolos e cucas típicas, doces caseiros e schimias, salames e embutidos preparados com técnicas tradicionais, queijos de diferentes tipos e maturações, conservas variadas, além de licores, geleias e uma diversidade de outros produtos que carregavam a identidade cultural do Rio Grande do Sul. Cada estande se tornava uma oportunidade de vivenciar a riqueza e a diversidade da agricultura familiar, reforçando a importância do pequeno produtor na economia e na preservação dos costumes locais.
Paralelamente, a exposição de animais constituiu-se em um dos pilares centrais da feira. Mais de 150 raças estiveram presentes, abrangendo bovinos de corte, leiteiros e mistos, bubalinos, equinos, ovinos, caprinos, além de espécies menores como chinchilas, aves, coelhos e pássaros ornamentais. Os animais foram clinicamente avaliados, identificados individualmente e tiveram seus documentos zoossanitários e fiscais conferidos, incluindo a obrigatória Guia de Trânsito Animal (GTA), conforme determinava a legislação em vigor.
A mostra de animais não se restringiu à exibição: tratou-se de um espaço que reuniu reprodutores de diferentes espécies domésticas, muitos deles referência genética em seus segmentos. Além de comercializados, esses exemplares foram apresentados como vitrine do estágio da pecuária nacional, evidenciando avanços no melhoramento genético, nas técnicas de manejo e no investimento dos criadores. O evento permitiu que pecuaristas acompanhassem o desenvolvimento dos rebanhos, ao mesmo tempo em que produtores, técnicos e indústrias do setor tiveram acesso às mais recentes inovações do agronegócio.
Expointer promoveu intercâmbio de conhecimento e fortaleceu a cadeia produtiva agropecuária
Mais do que negócios, a feira se consolidava como um ambiente de conhecimento e intercâmbio. Ali, criadores de diferentes regiões compartilhavam experiências, trocavam informações sobre práticas de manejo, discutiam tendências de mercado e fortaleciam parcerias estratégicas. Segundo o médico veterinário Everson S. Bravo, membro da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), esse controle rigoroso era fundamental não apenas para garantir a saúde animal, mas também para proteger a cadeia produtiva como um todo, assegurando ao público e aos expositores a confiança na qualidade do que era mostrado. “A Expointer representava muito mais do que uma feira agropecuária: ela simbolizava a consolidação de todo o ciclo de exposições e encontros do setor realizados ao longo do ano no Rio Grande do Sul. Para ele, o evento era um verdadeiro marco histórico e cultural, especialmente no que dizia respeito à ovinocultura”, lembrava.
Bravo destacava, ainda, que a Expointer não devia ser vista apenas pelo prisma dos números grandiosos que movimentava. Ainda que os 8 bilhões de reais em negócios, os 660 mil visitantes esperados e os 997 ovinos inscritos em 2025, que foi o maior número já registrado em todas as edições da feira, fossem dados impressionantes, o sentido mais profundo estava na valorização do trabalho de quem estava no campo.
“Essa feira falava da história do agro no nosso Estado e, principalmente, da dedicação das famílias produtoras. Não trabalhávamos apenas com estatísticas ou resultados econômicos, mas com a trajetória do homem e da mulher do campo, que cuidavam dos animais durante o ano inteiro com zelo, conhecimento e paixão. Cada animal na Expointer carregava consigo meses de dedicação, de manejo responsável e de investimento em qualidade genética, algo que traduzia o esforço diário dos criadores”, ressaltava.
Para Bravo, o papel da Arco dentro da Expointer reforçava essa ligação entre tradição e modernidade, mostrando ao público urbano e rural como a produção de ovinos no Rio Grande do Sul continuava a crescer, inovar e se fortalecer, sem perder a conexão com suas raízes históricas.
Assim, a Feira de Agricultura Familiar e a exposição de animais se complementavam, unindo tradição e inovação, sabor e ciência, cultura e tecnologia — elementos que faziam do evento uma referência não apenas para o Rio Grande do Sul, mas para todo o agronegócio brasileiro.
Da redação da www.startcomunicacaosl.com.br


































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