O caso do estagiário preso, faz parte do roteiro de muitas eleições - Por Bado Jacoby
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- 23 de jul.
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A prisão de um estagiário vinculado à Prefeitura de São Leopoldo, nesta quarta-feira(23), expôs de forma direta e desconfortável um problema antigo, mas que insiste em se repetir a cada novo ciclo eleitoral: o impacto das composições políticas na qualidade das contratações no serviço público.
O caso, embora isolado, é apenas um reflexo de uma engrenagem maior e mais silenciosa. É aquela que se monta nos bastidores das campanhas eleitorais. Quando termina a eleição, começam o cumprimento de acordos. O chamado "pacote político", expressão tão comum quanto incômoda, é entregue junto com a vitória nas urnas. E nele vêm nomes, cargos, favores e indicações que muitas vezes fogem ao controle técnico e ético que deveria nortear qualquer gestão pública.
É evidente que governar exige articulação, base política e alianças. Mas é justamente aí que reside o desafio: como equilibrar a governabilidade com a responsabilidade administrativa? Quando o pragmatismo político atropela critérios mínimos de idoneidade, competência e compromisso público, o preço é alto e quem paga é sempre a sociedade.
Não se trata de um problema exclusivo de São Leopoldo. Trata-se de um vício estrutural da política brasileira, presente nos municípios, nos estados e em Brasília. Porém, quando um fato concreto e lamentável como este acontece, ele precisa servir de alerta e, mais do que isso, servir de alerta geral para o ambiente político.
A resposta da Prefeitura, ao iniciar um pente fino nas contratações, é correta, mas o desgaste político já está feito e posto. O rigor que agora se propõe deveria ser padrão desde o início de todos os mandatos e não uma reação somente no olho do furacão de uma crise. Que este episódio constrangedor, sirva de lição para a gestão do Prefeito Heliomar Franco, e também para outras administrações por esse Brasil afora, já que a notícia está tendo repercussão muito além de São Leopoldo.
Este acontecimento é a mostra maior, de que qualquer desgaste momentâneo por dizer “não” a uma indicação inadequada. A política precisa urgentemente resgatar a confiança do cidadão. E isso começa pelas escolhas que os governos fazem dentro de suas próprias estruturas. Não há reforma política mais eficaz do que fazer o certo, desde o começo.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby


































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