PEC da Blindagem transforma Congresso na Ilha da Impunidade - Por Bado Jacoby

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21 de set.
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O Congresso Nacional não é vítima. Não é alvo de perseguição da imprensa, nem da justiça. É, na verdade, refém de seus próprios crimes.

A chamada PEC da Blindagem é a prova mais clara dessa realidade. Um projeto que não protege a democracia, mas a transforma em escudo para políticos em apuros. Caso avance, cria-se um Parlamento isolado, uma fortaleza onde a lei não entra e a impunidade se torna regra.

Se o crime organizado já alcançou sem dificuldades a Faria Lima, centro do poder econômico do Brasil, o que dizer do Congresso? Ali, o caminho é ainda mais curto. O voto vira moeda, alianças compram silêncios, e o que deveria ser a Casa do Povo se transforma em abrigo da contravenção. O risco é enorme de transformar o Brasil em um Estado mafioso.

Uma pátria da impunidade, onde uma casta se coloca acima do bem e do mal. Não é um temor vazio. A história mostra países que perderam o rumo quando seus parlamentos decidiram legislar em causa própria. Democracias ruíram não por golpes militares, mas por arranjos dentro dos gabinetes.

O Brasil se aproxima desse ponto de ruptura. Ao blindar-se contra a justiça, o Congresso se isola do povo. E um Parlamento isolado não governa, apenas impera. Impera sobre uma população que passa a descrer da lei e aprende, cedo demais, que a regra só vale para os fracos.

A cada PEC como essa, a esperança de um país mais justo para todos, fica mais distante. O Congresso se expõe e se arrisca a ser lembrado não como símbolo de democracia, mas como a ilha da impunidade, onde lá não chega as ondas da justiça, apenas os ecos da autoproteção. Ou seja, se estabelece uma casta de privilégios como nunca se teve nesse Brasil. E olha que temos privilégios por estas bandas.