Presidente do Consepro destaca a evolução na segurança pública em São Leopoldo

Foto: Alexon Gabriel

O Programa Start News desta segunda-feira (26), recebeu o presidente do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), o empresário Rogério Daniel da Silva. O assunto debatido no programa foi a segurança pública em São Leopoldo e os avanços significativos no combate à criminalidade nos últimos anos.

Para Rogério, o sucesso do município tem como base a união entre os diferentes atores sociais: empresas, Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Brigada Militar, Guarda Municipal, entidades de classe e a sociedade civil organizada. “São Leopoldo é hoje uma das cidades com os melhores indicadores de segurança pública do Estado. Isso é fruto de uma mudança de mentalidade e da atuação integrada entre todos os órgãos”, afirma o presidente.

Rogério informa que São Leopoldo passou a utilizar o Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública, que permite que empresas direcionem até 5% do ICMS devido para ações de segurança pública. Com esses recursos, o município já adquiriu 30 viaturas semi-blindadas, totalizando mais de R$ 7 milhões em investimentos. “Até o fim do ano, esse valor deve ultrapassar os R$ 10 milhões. Nunca houve nada parecido em termos de estrutura de viaturas no município”, comemora Rogério.

Na semana passada, duas novas viaturas foram entregues à Brigada Militar, equipadas com o que há de mais moderno em tecnologia e logística. Outras seis devem ser entregues ainda nos próximos meses.

São Leopoldo já foi considerado município mais violento

Até poucos anos, São Leopoldo figurava entre os municípios com os maiores índices de violência do Estado, tendo o ápice da criminalidade registrado em 2017. Desde então, os indicadores vêm caindo ano após ano, especialmente após 2019, quando teve início um processo de reformulação das chefias dos órgãos de segurança e maior integração entre eles.

“O projeto RS Seguro, do governo estadual, foi fundamental. Ele se baseia em três pilares: integração, investigação e investimento. E todos esses pilares estão funcionando muito bem em São Leopoldo”, destaca o presidente do Consepro. “Hoje, todos os órgãos de segurança falam em nome da segurança pública como um todo, não mais isoladamente.”, diz Rogério. 

Apesar dos avanços, o presidente do Consepro alerta para a diferença entre os números reais da segurança e a percepção popular, muitas vezes distorcida por boatos ou pelas redes sociais. “Às vezes acontecem dois ou três furtos e isso se espalha como se fosse uma onda de crimes violentos. Não é o caso, mas essa percepção negativa pode afetar a sensação de segurança”, comentou.

Uma das principais campanhas atuais do Consepro é incentivar a população, e especialmente comerciantes, a registrar os boletins de ocorrência. Isso porque as chamadas “manchas criminais” utilizadas pelas forças de segurança para planejar patrulhamentos são baseadas nesses registros, diz Rogério. “Se os crimes não são registrados, a mancha não aparece. E a polícia acaba direcionando viaturas para os lugares errados. Isso prejudica o planejamento, e não é culpa da Brigada ou da Polícia Civil, é falta de informação”, explicou.

Segundo ele, a descentralização do policiamento e o uso de tecnologia para monitoramento, aliado ao envolvimento de lideranças comunitárias, tem ajudado a garantir mais segurança em áreas antes vulneráveis.

São Leopoldo como Cidade Inteligente

Rogério Daniel da Silva destacou que, mesmo com os desafios enfrentados pelo comércio no Centro de São Leopoldo, como as obras de reestruturação da Rua Independência, a enchente de 2024 e o aumento no custo dos aluguéis, há um movimento de renovação em curso. Um deles é o projeto Cidade Inteligente, que terá seu laboratório inicial justamente na Independência. “Tudo o que tiver de tecnologia em segurança pública será testado ali. Vamos ter totens com câmeras, reconhecimento de placas, drones, sensores de movimento, alertas em tempo real. Não é só vigilância, é educação, é integração comunitária. Vai ser referência para outras cidades”, afirmou Rogério.

Com apoio da Unisinos, do Polo Tecnológico, da Acist, Sebrae e da Prefeitura, a proposta pretende modernizar o conceito de segurança urbana, ampliando para um modelo de prevenção inteligente e conectada com o cidadão. A ideia é que, depois de validado no centro, o modelo se expanda para outras regiões da cidade.

Durante o programa também foi questionado sobre um assunto sensível: o equilíbrio nas abordagens policiais, especialmente nas regiões periféricas. Rogério não fugiu do tema e respondeu com franqueza. “Excessos podem acontecer, sim. Estamos lidando com seres humanos sob pressão, que, muitas vezes, também têm medo do que vão encontrar. Eu acompanho operações da polícia, vejo de perto como é a tensão de bater numa porta sem saber se vai ter alguém recebendo com um tiro”, relatou. Ele destacou que a maioria das forças de segurança tem evoluído. “Hoje o padrão dos agentes é outro. A régua subiu. Estão mais preparados, mais bem apresentados, mais conscientes. E isso vem de cima, da liderança que exige e promove treinamentos. Não é mais como antigamente, que você não sabia quem era o bandido ou quem era o policial.”

Rogério também fez questão de reconhecer a importância da mídia, mas também alertou para o papel que ela tem ao dar visibilidade apenas para as falhas. “Quando tem uma abordagem mal conduzida, isso vira manchete. Mas e quando se evita um crime? Quando se salva uma vida? Cadê a divulgação? Isso também faz parte do equilíbrio da informação.”

Finalizando, Rogério reforçou a necessidade de corresponsabilidade entre os entes públicos, a comunidade e o setor privado. “Não adianta deixar tudo nas costas da polícia. A segurança é de todos nós. É o lojista que registra a ocorrência, é o cidadão que respeita as leis, é o empresário que investe no bem coletivo. A cidade só vai ser mais segura se a gente atuar como um corpo integrado”, concluiu.

Da Redação www.startcomunicacaosl.com.br - Mariana Santos - Jornalista MTB 19/788

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