Senado instala CPI do Crime Organizado e elege Fabiano Contarato presidente
- Andressa Brunner Michels - Jornalista - MTB 19281/RS

- há 4 horas
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A CPI do Crime Organizado foi oficialmente instalada no Senado nesta terça-feira (4) e elegeu o senador Fabiano Contarato (PT-ES) como presidente da comissão. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que propôs a criação da CPI, será o relator dos trabalhos.
A escolha consolidou uma vitória da base governista, garantida após mudanças na composição do colegiado, feitas ainda na manhã desta terça, para assegurar maioria e evitar uma nova derrota como a registrada na CPI do INSS, em agosto.
Durante a votação, a oposição lançou o nome do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) como alternativa a Contarato. O placar terminou com 6 votos a favor do petista e 5 para Mourão. “Nós da oposição não temos nenhum conforto em votar alguém do PT nessa comissão”, declarou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que inicialmente chegou a ser cotado para relator.
Contarato agradeceu a confiança dos colegas e respondeu às críticas: “Entendo as colocações sobre sigla partidária, mas os atos falam mais que as palavras. Eu jamais renunciaria às minhas convicções”.
Uma das mudanças mais determinantes foi a substituição de Nelsinho Trad (PSD-MS) por Angelo Coronel (PSD-BA), alinhado à base do governo, o que garantiu mais um voto a favor de Contarato. O senador Omar Aziz (PSD-AM) também abriu espaço para o colega baiano, após articulações internas que se estenderam durante toda a manhã.
A oposição criticou a movimentação política. “Mais uma vez o governo Lula, que não queria essa CPI, toma de assalto a comissão, como fez em outras”, disse Eduardo Girão (Novo-CE), que classificou a composição atual como “tropa de choque do governo”.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), rebateu as acusações: “Não há nenhuma aberração. Buscamos apenas uma composição que permitisse iniciar os trabalhos”.
O governo chegou a sugerir Mourão como vice-presidente, numa tentativa de consenso, mas o senador recusou o convite. Apesar das críticas, parte da oposição reconheceu a postura técnica de Contarato. “Ele tem uma postura independente em muitos casos”, admitiu Girão, ponderando, porém, que a vinculação partidária ao PT “politiza a CPI e compromete sua legitimidade”.
A CPI do Crime Organizado foi criada após uma série de episódios violentos recentes, incluindo o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo há cerca de 40 dias.
Redação do www.startcomunicacaosl.com.br | Por Andressa Brunner Michels | Fonte: O Sul


































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