Trabalhadores dos Correios entram em greve por tempo indeterminado no Rio Grande do Sul
- Andressa Brunner Michels - Jornalista - MTB 19281/RS

- há 9 horas
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Os trabalhadores dos Correios no Rio Grande do Sul iniciaram uma greve por tempo indeterminado, após decisão aprovada em assembleia geral realizada na noite de terça-feira (16), na sede do CPERS/Sindicato, em Porto Alegre. A paralisação ocorre em meio às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026, que seguem sem avanços desde a data-base da categoria, em agosto.
A decisão foi reforçada em reunião realizada na tarde de quinta-feira (18), no Sindicato dos Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul (Sintect-RS), que reuniu representantes do sindicato e de diversas entidades. No encontro, foi criticada a falta de uma nova proposta por parte da direção da estatal. Segundo o sindicato, a greve busca pressionar a empresa por avanços nas negociações, que foram levadas ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), sem sucesso até o momento.
Entre as principais reivindicações da categoria estão a reposição salarial acima da inflação, a manutenção de benefícios históricos, a garantia de condições adequadas de saúde e segurança no trabalho e a preservação do serviço postal público.
Uma audiência de conciliação no TST ocorreu no início da semana, mas terminou sem acordo. O sindicato rejeitou a proposta apresentada pelos Correios, que previa apenas a manutenção do acordo vigente, sem aumento real ou concessão de ticket extra, além de alterações em cláusulas do plano de saúde.
De acordo com o secretário-geral do Sintect-RS, Alexandre Nunes, a mobilização de quinta-feira teve como foco a organização do comando de greve e o planejamento das próximas ações. Segundo ele, a adesão no Estado é significativa, especialmente nos centros de distribuição. “A greve iniciou na quarta-feira e está bastante forte, principalmente no setor de distribuição. Estamos trabalhando para trancar a saída desde as 6h no complexo da Sertório e seguimos pressionando por negociação”, afirmou.
Ainda conforme Nunes, as agências seguem abertas, mas com impacto no atendimento. “Há unidades em Porto Alegre onde todos os trabalhadores aderiram à greve, mas o gerente mantém o atendimento sozinho. Isso não chega a fechar a agência, mas compromete o ritmo de trabalho”, explicou.
O sindicato prevê para os próximos dias mobilizações regionais, ações em frente às unidades e novos atos em Porto Alegre. A estimativa do comando de greve é de adesão de 78% entre os trabalhadores da distribuição no Estado, com cidades como Novo Hamburgo registrando até 95% de paralisação.
A greve pode afetar as entregas de fim de ano. Segundo o dirigente sindical, já havia atrasos decorrentes de problemas operacionais relacionados à mudança de sistema interno da empresa, e a paralisação tende a agravar o cenário, especialmente com o aumento do volume de encomendas neste período.
Além do Rio Grande do Sul, sindicatos de outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Paraíba, também aprovaram a paralisação. A greve segue sem previsão de encerramento.
Redação do www.startcomunicacaosl.com.br | Por Andressa Brunner Michels | Fonte: Correio do Povo































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