Laços que transformam: o papel dos pets na vida das famílias brasileiras - Matéria da Ed. 53 do jornal da Start
- Bado Jacoby

- 8 de ago.
- 3 min de leitura

Crescimento do vínculo entre humanos e animais de estimação reforça a importância do cuidado responsável e do afeto mútuo
Eles não falam, mas se comunicam com o olhar. Não julgam, mas percebem as emoções. Os cães, gatos, aves, roedores, entre outros pets, vêm ganhando cada vez mais espaço nos lares e nos corações dos brasileiros. Mais do que companheiros, muitos desses animais são tratados como membros da família e, em diversos casos, têm papel fundamental no bem-estar emocional e na qualidade de vida de seus tutores.
A relação entre humanos e animais de estimação não é nova, mas os últimos anos, especialmente o período de isolamento social causado pela pandemia da COVID-19, intensificaram esse vínculo. Com o distanciamento das interações sociais e o aumento da solidão, muitos encontraram nos pets uma fonte de carinho, acolhimento e estabilidade emocional. E esse sentimento não tem diminuído e cada vez mais, se fortalece a cada dia.
Segundo dados do Instituto Pet Brasil, o país já contabiliza mais de 167 milhões de animais de estimação, sendo cerca de 67 milhões de cães e 43 milhões de gatos. O número impressiona, mas revela também uma transformação comportamental da sociedade: os lares brasileiros estão cada vez mais abertos a acolher os animais não apenas como “bichos de estimação”, mas como parceiros afetivos, companheiros de vida e verdadeiros membros da família.
Emoção e saúde: um elo poderoso
A conexão entre humanos e pets vai além do afeto. Diversos estudos científicos comprovam os benefícios físicos e psicológicos da convivência com animais, incluindo a redução dos níveis de estresse, diminuição da pressão arterial, estímulo à prática de atividades físicas (especialmente com cães) e melhora no humor e na autoestima.
Para a maioria dos especialistas, os pets são uma forma de apoio emocional real. “Eles oferecem presença constante, não julgam, e têm a sensibilidade de perceber mudanças de humor ou sinais de tristeza. Em contextos de luto, depressão ou ansiedade, a convivência com animais pode ser terapêutica, mesmo que de forma indireta”, afirmam.
Não são raras as histórias de pessoas que encontram conforto quando da perda de entes próximos, na adoção e aproximação de Pets. Em muitos casos, as aproximações ajudam e muito, na recuperação emocional e afetiva dos e das enlutadas.
Mercado aquecido, mas cuidado exige responsabilidade
Com o crescimento desse vínculo emocional, também cresce o mercado pet no Brasil, que movimenta mais de R$ 60 bilhões por ano, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). São clínicas veterinárias especializadas, pet shops, spas, hotéis, creches, serviços de adestramento e até planos de saúde animal.
No entanto, especialistas alertam: o carinho e o cuidado não devem ser confundidos com consumo exagerado. Cuidar bem de um pet envolve afeto, sim, mas também responsabilidade, tempo e comprometimento com o bem-estar físico e emocional do animal.
Adoção responsável e o papel das ONGs
Além dos cuidados com os pets já inseridos em famílias, o Brasil enfrenta um grave problema de abandono e maus-tratos. Estima-se que existam mais de 30 milhões de animais em situação de rua no país. Em São Leopoldo, diversas ONGs, protetores independentes e feiras de adoção fazem um trabalho constante para resgatar, cuidar e encontrar novos lares para cães e gatos abandonados.
Ativistas da causa Pet, alertam que a adoção responsável é um ato de amor, mas também um compromisso. “Adotar é assumir uma vida. Os animais resgatados, em sua maioria, vêm de histórias de sofrimento, e precisam de tempo, paciência e carinho para se adaptarem. Em troca, eles devolvem amor em dobro”, afirmam.
Um futuro mais afetivo e consciente
Seja um cão que abana o rabo ao ver o tutor chegar, um gato que se aconchega no sofá, ou um passarinho que canta pela casa, os pets estão cada vez mais presentes no cotidiano das famílias brasileiras. E essa convivência, quando baseada no respeito e na responsabilidade, transforma vidas – humanas e animais.
Em tempos de pressa, incertezas e tecnologias que nos distanciam, os animais continuam nos ensinando o valor da presença, da escuta silenciosa e do amor genuíno. Eles não falam nossa língua, mas falam diretamente ao coração.
Da redação da www.startcomunicacaosl.com.br - Bado Jacoby
Foto: Portal R7


































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